Você já sentiu que sua felicidade está diretamente ligada a um relacionamento ou que permanece em situações prejudiciais apenas para não ficar sozinha? Você pode estar vivenciando a “Síndrome da Escolhida”. Introduzi esse termo no livro “As relações monogâmicas só existem na cabeça da mulher apaixonada”, e ali descrevo a necessidade que muitas mulheres têm de serem assumidas socialmente. E, mais do que isso, como a suposta única e exclusiva em um relacionamento, seja ele qual for!
Esse fenômeno é resultado de um condicionamento social que faz com que as mulheres busquem validação através dos relacionamentos afetivos, enquanto os homens são socialmente autorizados a manter sua liberdade em múltiplos interesses. “Homens querem poder e mulheres querem apego emocional e conexão”, alertou a escritora norte-americana bell hooks na obra “Tudo sobre o amor”.
Essa divergência pode ocorrer em diferentes intensidades nos relacionamentos, afinal, fomos ensinados a entender as relações de maneiras muito diferentes. E, em paralelo com a obra de bell hooks, convido você a refletir sobre esse fenômeno social.
Sinais de que você pode estar sofrendo os impactos do fenômeno “Síndrome da Escolhida”
Medo de ficar sozinha
“Quando amamos, não permitimos mais que o nosso coração seja aprisionado pelo medo”. Você já continuou em um relacionamento tóxico por medo de não encontrar outro parceiro? O receio de ficar solteira pode ser um indicador da Síndrome da Escolhida. Se perceber que sua paz é sacrificada para manter uma relação, é hora de reavaliar suas prioridades e buscar fortalecer sua autoconfiança.
Comparações constantes
“Honrar a nós mesmas, amar nossos corpos, é uma fase avançada na construção de uma autoestima saudável”. Você se compara frequentemente a outras mulheres, sentindo-se inferior ou criticando suas escolhas? A necessidade de ser vista como a melhor ou única pode ser um sinal. Tente focar no autoconhecimento e na valorização de suas qualidades únicas, em vez de se comparar.
Descentralização do homem
“Mulheres que aparentemente dedicam adoração altruísta e cuidados aos homens em sua vida parecem estar obcecadas com o ‘amor’”. Você coloca o relacionamento amoroso como o centro da sua vida? A descentralização do homem e do relacionamento é crucial! Busque primeiramente olhar para si e colocar suas necessidades em primeiro lugar, equilibrando todas as esferas da sua vida, como carreira, amizades e hobbies.
Desconstrua o amor romântico e comece a ver os relacionamentos de forma mais realista
Pressão para ser escolhida
“No momento em que escolhemos amar, começamos a nos mover em direção à liberdade, a agir de formas que libertam a nós e aos outros”. Você sente uma pressão social para ser escolhida e assumida por um parceiro, mesmo que ele não tenha grandes atrativos? Questione por que o relacionamento afetivo é ensinado a ser o aspecto mais importante da vida de uma mulher. Desconstrua o amor romântico e comece a ver os relacionamentos de forma mais realista.
Refletindo sobre a Síndrome da Escolhida
“O amor verdadeiro nem sempre nos leva para o ‘viveram felizes para sempre“. Identificar-se com a Síndrome da Escolhida é o primeiro passo para mudanças significativas. Reflita sobre os padrões impostos pela sociedade e como eles influenciam suas escolhas e sentimentos. Busque autenticidade e relacionamentos que respeitem suas necessidades e valores pessoais, em vez de seguir roteiros pré-estabelecidos. Fortaleça seus laços de amizade e rede de apoio, e permita-se viver de acordo com o que faz sentido para você, e não com o que a sociedade dita.