O que a mulher gosta na hora do sexo - Mina
 
Seu Corpo / Reportagem

Elas contam o que detestam no sexo (e o que aprenderam com isso) 

Na cama e na vida, mapear o que a gente não gosta pode ser bem mais fácil do que saber exatamente o que a gente gosta – ok, no geral é gozar, mas como? Mari Williams foi atrás dessa resposta

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Pra mim, saber o que não gosto na hora de uma transa pode ser como escolher um drink em um bar novo: foi sempre mais fácil começar dizendo “não gosto de nada amargo” para depois conhecer e nomear o gosto por azedos, por exemplo.

Quer descobrir o que você gosta no sexo? Que tal começar com “detesto sexo apressado”, pra entender assim que você gosta de algo mais lento? E a partir desse mais lento, também pontuar que não gosta de algo infinito… como coloca Jessica, de 28 anos (usamos apenas os primeiros nomes a pedido das entrevistadas): “Muitos caras com quem eu já transei pensam que para mulher é sobre tempo, e ficam ali mil anos marretando. É muito ruim, porque se você já gozou, você dá uma cansada, e se não gozou, depois de muito tempo até perde a sensibilidade, a lubrificação, começa a machucar… Enfim, uó.”

Em obras 

Algo que costuma desagradar algumas mulheres que se relacionam com homens cis é o tal sexo britadeira: “Sou do sexo gostosinho com bastante variação de ritmo e pressão, mas pavor de quando o homem entra no modo britadeira e quer continuar até o fim assim, ficando muitas vezes desconfortável”, diz Ana, de 33 anos.

“Muitos caras pensam que sexo para mulher é sobre tempo, e ficam ali mil anos marretando”

Muito reproduzido por ser a estrela da pornografia, a meteção frenética não tem nada pra nos agradar mesmo! Uma pesquisa publicada no Journal of Sex & Marital Therapy mostrou que apenas cerca de 20% das mulheres cis conseguem chegar ao orgasmo só com a penetração, já que essa acaba deixando de fora o estímulo direto no clitóris, a estrela do nosso show orgástico.


A gente pode te ajudar, rapaz! 

Quem já descobriu que gosta de se tocar durante o sexo também broxa (literalmente) quando percebe que o parceiro se incomoda: “Como eu gosto muito de me masturbar junto da penetração, odeio quando os caras percebem e até mudam pra posições que ficam em cima do meu braço e eu nao consigo mais me tocar”, diz Lara, 33 anos.

Vale lembrar que pesquisas mostram que a mulher, em média, consegue chegar ao orgasmo mais rápido se masturbando (8 minutos) do que durante uma transa com seu parceiro (14 minutos). Ah, e se você não viu, também já fizemos matéria aqui na Mina em que os caras contam como o uso de vibradores melhorou a dinamica do sexo do casal.

Já Júlia, de 25 anos, fala sobre o que muito macho ainda tem problema pra entender: camisinha não precisa e não deve ser negociada – e é uma questão de saúde pública! “Sou tri cuidadosa com saúde por conhecer várias histórias, então a primeira coisa que faz brochar é a discussão do cara que conheci há pouco tempo e não quer usar camisinha”, diz. “Ter que dar aula de educação sexual não dá, né?”

Realmente, qualquer relação quando envolve uma pessoa que não se atenta a você pode ser bem frustrante. É que nem uma dança, precisa de encaixe e escuta pra que os corpos curtam juntos.

Muito macho ainda não entende: camisinha não deve ser negociada 

Para muitas mulheres leva tempo e maturidade para conseguir dizer a um parceiro ou parceira o que curtem – ou não – na hora do sexo. Aqui, a dica é primeiro ter paciência com o seu processo. E verbalizar pra si mesma que você tem vontade de falar o que gosta já é o primeiro passo. Daí é decidir como quer transmitir isso. Algumas preferem soltar como quem não quer nada em uma situação cotidiana, comentando espontaneamente no rolê, outras se sentem mais confortáveis direcionando durante o ato mesmo. 

Para tudo! 

E pra lembrarmos que isso não acontece só quando transamos com homens, ou que tudo pode mudar com o tempo, Maria, de 28 anos, conta sobre uma experiência que teve com um casal quando era bem mais nova: “Quando chegamos ao motel eles propuseram práticas de dominação, e me colocaram no lugar de submissa. A mulher ficou comandando o ato de fora, dizendo o que a gente tinha que fazer, num certo tom de humilhação, e ele transou comigo. Fiquei muito chateada que não houve nenhuma conversa sobre isso antes, nenhum combinado. Hoje acho que teria mais experiência pra falar ‘gente, para tudo!’”

Aliás, já fica o lembrete: práticas fetichistas sem conversa prévia, nunca, ok? Até porque parte fundamental do BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo) é o consentimento mútuo – e também o uso de palavras de segurança, um código combinado previamente que indica que não há consentimento para aquilo.

Como educadora sexual, já escutei muito sobre o que nos traz ou não prazer na cama, e, em resumo, o que as mulheres mais dizem não gostarem é:

  • Penetração britadeira
  • Tapas e puxões mais violentos sem perguntar antes, especialmente quando se tem zero intimidade
  • Macho múmia ou macho boneco de cera: aquele que fica em completo silêncio, sem respirar, sem gemer, sem soltar som nem falar nada. Credo.
  • Quem claramente performa um sexo pornô
  • Sexo somente genitalizado, sem mãos pelo corpo
  • Sexo afobado.

Lembrando que isso muda de mulher para mulher, e caso você goste de alguma das práticas descritas acima, não há nenhum problema, pelo contrário: é um sinal de que você está consciente dos seus desejos, olha que bom! Seu corpo é normal e todas as suas vontades, também! 

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