Todo mundo que viveu uma relação amorosa mais ou menos longa já levou pra terapia e pro vinho das amigas a angústia de que as coisas já não andam como antes. Racionalmente, sabemos que a empolgação e a intensidade da paixão têm prazo de validade. Mas ver as cores de Almodóvar se empalidecendo e dando lugar a um retrato em preto e branco de um casal morno é sempre desconcertante.

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Antes que você entre em desespero ou desista da sua relação morna, queremos trazer novos ingredientes para não só apimentá-la, como adocicá-la. São eles: os 4 E’s da conexão amorosa – conceito criado pelo britânico Jay Shetty, podcaster, ex-monge, especialista em autoconhecimento e autor do best seller Pense como um monge e do recém lançado 8 rules of love (ainda sem versão em português). 

Entertainment 

Em bom português: diversão. Esse é exatamente o E que a maioria de nós mortais tenta fazer primeiro quando a relação fica no automático, como sair pra jantar, dançar, ver um filme juntos… São pílulas de leveza que trazem um respiro pra rotina.

É gostoso mesmo, mas não nos revigora por completo, já que, em geral, optamos por conteúdos e lugares familiares. Esse primeiro E estimula o aconchego, mas sozinho não é suficiente para ativar uma conexão mais apaixonada.

Experiências pouco usuais treinam seu cérebro para lidar com diversos desafios

Experiences & experiments

Traduzindo: experiências e experimentos. A ideia aqui é o casal se colocar em situações novas juntos. Seu poder está em nos lançar na vulnerabilidade, além de provocar conexão por meio de uma ação e não apenas por palavras. 

Experiências tiram o caráter racional e analítico, nos convidando a provar novos gostos, conhecer paisagens diferentes e curtir atividades inusitadas – seja um passeio de balão, um batismo de mergulho ou um jantar às cegas. 

Esse E é interessante pois tira casal do papel cristalizado que cada um têm na relação. Ao descobrir o novo fora, descobrem também novas conexões entre si. Além disso, as experiências pouco usuais treinam seu cérebro para lidar com diversos desafios – o que ajuda na resiliência do casal, por que desafio na vida a dois é o que não falta, não é mesmo?

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Education  

Para nós: educação. Ou seja, aprender algo juntos. Pode ser um curso de dança, de culinária, estudar uma língua nova, participar de um clube do livro, de grupos de discussão de psicanálise… A ideia é criar uma rota de desenvolvimento comum, onde os dois se motivam e ampliam suas capacidades. 

Aprender algo novo contribui para o aumento da neuroplasticidade: desenvolvemos novos caminhos neurais e ampliamos nosso repertório de conhecimento. Toda essa novidade pode ser um estímulo e tanto para que o casal, junto, encontre novos caminhos tanto para resolver questões já conhecidas, como para sonhar novos futuros para si. Além de, claro, ser um assunto legal para conversar, que não apenas a série do streaming ou o aumento do IPTU.

Transformar a vida de outras pessoas juntos fortalece a admiração que um tem pelo outro

Engage in serving

Traduzindo: engajar-se em servir. O convite desse E é desenvolver um amor altruísta. É se conectar através de uma ação que não só alimente a conexão do casal, como também contribua de forma positiva para a sociedade. 

Se comprometer semanalmente a fazer junto um trabalho voluntário, organizar rodas de conversas sobre livros para as crianças na escola do seu filho e colaborar ativamente para a captação de recursos para uma causa são alguns dos exemplos possíveis. Transformar a vida de outras pessoas juntos fortalece o vínculo e a admiração que um tem pelo outro. 

Além disso, quando engajamos em servir, furamos a bolha de amor do “nós dois e uma cabana” e passamos a viver um amor-aldeia, onde nosso afeto gera também transformação para quem nos cerca (parece papo hippie, mas funciona!).