Skincare para as axilas? Sim, elas merecem! - Mina
 
Seu Corpo / Reportagem

Skincare para as axilas? Sim, elas merecem!

Cercadas de noias e temida pelo mau cheiro, as axilas merecem atenção. Aqui, um verdadeiro tratado para você cuidar da suas dentro das crenças e escolhas pessoais

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Com pelos, depiladas, pontuadas por manchas, livres de pigmentação, as axilas ficam escondidas, mas vira e mexe ganham protagonismo por polêmicas relacionadas à aparência ou ao cheiro. Em 2019, uma pesquisa global realizada pela Dove em sete países, incluindo o Brasil, apontou que 90% das mulheres acreditam que existe um padrão de beleza para elas. Outro dado destaca que nove em cada dez entrevistadas relataram que já se sentiram mal por causa da aparência desta região do corpo.

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Para além da estética, no entanto, o mais importante é a saúde. O skincare para essa região existe. De acordo com a dermatologista Nandara Paiva, “a pele da axila é extremamente sensível e sofre atrito o tempo todo: de pele com pele, com a roupa e até com a toalha de banho. É também passível de agressões por causa da depilação com gilete ou cera quente, um dos maiores fatores para a hiperpigmentação, que escurece a região”. Logo, uma rotina de cuidados é fundamental para prevenir a proliferação de bactérias, sobretudo as causadoras do mau cheiro, das alergias e infecções. 

O banho é a maneira mais eficaz de evitar o mau cheiro das axilas

Mas isso não significa que existe um jeito único de cuidar das axilas. Dentre os especialistas consultados pela reportagem, há quem defenda depilação a laser e pelos ao natural; há quem defenda o uso de desodorantes e o uso apenas de água na higiene. O essencial é cuidar! Vamos?

Hidratar é importante

Uma boa higiene nas axilas é o primeiro passo. Nandara explica que o ideal é escolher sabonetes que, além de higienizar, hidratem a região. Ela frisa que as fragrâncias dos produtos não devem ser prioridade. 

Desodorante causa câncer de mama?

Essa pergunta gera discussões acaloradas. Alguns estudos encontraram alumínio acumulado na região mamária de mulheres que utilizavam cosméticos com esse metal na fórmula. Muito provavelmente ele foi absorvido pela pele da axila. Apesar de não existir um nível saudável de alumínio para o nosso corpo, diversas pesquisas se debruçaram sobre o assunto e não encontraram relação entre o câncer de mama e alumínio contido nos desodorantes. 

Em 2014 a Anvisa soltou um parecer técnico dizendo: “A literatura científica consultada não fornece dados suficientes para estabelecer a relação nexo causal entre o uso de antitranspirantes contendo alumínio e o câncer de mama”. O Instituto Nacional da Saúde (NIH), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, publicou em 2016, que: “não há evidência científica que relacione o uso desses produtos ao desenvolvimento do câncer de mama”. 

De toda forma, para quem prefere ficar longe do alumínio, mas é adepto do uso de desodorantes, há diversas opções sem o metal pesado disponíveis no mercado. Em todo caso, a escolha vai depender de qual produto a sua axila irá aceitar melhor, e aí vai da preferência de cada uma. 

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Dá pra cuidar sem usar desodorante!

Para Renan Serrano, fundador da Visto.bio, marca inovadora que traz soluções para suor e mau cheiro das axilas e roupas com a premissa da preservação do meio ambiente, cuidar dessa região é até mais fácil do que usar desodorante – e vai além da prevenção do cecê. Ele é adepto do movimento water only (apenas água, em tradução livre) e sugere a não utilização de nenhum produto sintético na pele, já que é um órgão que funciona perfeitamente sozinho, capaz de gerir as proteções necessárias. 

Para ele, o uso excessivo de cosméticos pode ter um impacto negativo em nossa microbiota – conjunto de bactérias responsável pelo funcionamento harmônico das axilas –, gerando um desequilíbrio na região e, por consequência, a invasão de fungos. 

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De acordo com especialistas, o não uso dos produtos vai depender da relação que você tem com o seu odor natural e, apesar de ser visto como algo fora da “normalidade”, afirmam ser possível uma vida sem o uso de desodorantes, que também é uma forma de cuidado com a região. Afinal, o banho segue sendo a maneira mais eficaz de evitar o mau cheiro.

Desodorante: uma necessidade ou um hábito?

Um estudo feito na Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha, apontou que oito em cada dez mulheres não precisam passar desodorante, mas utilizam os produtos por hábito. A raiz dessa questão é a variação do gene ABCC11, que faz com elas não produzam nenhum odor nas axilas. Exames de rotina são uma maneira de entender qual é a realidade do seu corpo, para que não sejam expostos a padrões sem necessidade. 

Limão é bom pra tirar cecê?

Receita popular propagada aos quatro ventos, utilizar o limão para amenizar o odor das axilas é furada. A fruta pode ser extremamente tóxica, pois, pela sua acidez, é capaz de gerar reações alérgicas ao entrar em contato com os demais produtos. Se o cheiro estiver intenso e o desodorante não for suficiente, há antibióticos que podem ajudar a combater as bactérias e, assim, amenizar o odor.  

Vá de laser

Uma das formas de diminuir as microviolências que as axilas recebem no dia a dia, de acordo com a dermatologista Nandara Paiva, é a depilação a laser, um procedimento mais caro, mas com um custo-benefício a longo prazo. “O laser é uma escolha eficaz, pois fornece tratamento dois em um. Além da depilação, você ganha o clareamento daquela região”, explica. Assim como qualquer outro tratamento estético, é necessário realizar uma avaliação prévia.

Desinfetar bem a roupa é o segredo para proteger a axila do mau odor

Além da cera quente e da gilete, a causa de manchas e do escurecimento da pele pode ser hormonal e ter origem na acantose, uma doença caracterizada por manchas aveludadas e escuras em regiões de dobras no corpo, como as axilas, comuns em pessoas obesas ou diabéticas. Neste caso, é indicado o controle do nível de insulina e a prática de atividades físicas, em conjunto com uma alimentação adequada. O tratamento é de dentro para fora!

Quando é hora de clarear? 

De acordo com Nandara, o clareamento da região das axilas só terá efeito se as agressões na pele cessarem. O ideal é mudar o modo depilatório, analisar as manchas já presentes e, só assim, definir qual tipo de clareamento deve fazer no seu tipo de pele – os cremes clareadores podem ser uma alternativa, desde que não sejam invasivos. 

A esteticista Fernanda Andreza explica que há dois tipos de clareamentos que podem ser realizados: “o peeling químico (ácidos), com ação de despigmentação que leva a descamação; e o LED, que é a fototerapia, uma emissão de luz específica com um comprimento de ondas que vai hidratar e inibir a produção de mais melanina”. 

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Deixar os pelos crescerem faz bem!

Apesar dos benefícios e da alta procura por depilação, manter os pêlos nas axilas, caso seja a sua escolha, é uma opção saudável, já que funcionam como uma proteção a mais para a pele e para as glândulas locais. A dica aqui é: hidrate-os, com o uso de sabonetes propícios para isso. 

Transpiração é sinal de saúde

Por fim, é importante dizer: transpirar é sinônimo de saúde! E significa que o seu metabolismo está trabalhando de forma correta. Mas, se o suor é excessivo e afeta a sua qualidade de vida, pode ser o que chamamos de hiperidrose. 

“É como se a glândula fosse muito mais sensível e produzisse uma quantidade maior de suor. Isso acontece em diversas partes do corpo, não só nas axilas”, atenta Nandara, que aponta a aplicação de botox como uma alternativa eficaz. “É um investimento para a vida poder vestir uma blusa branca ou colorida ou mesmo abraçar pessoas sem preocupações”, finaliza. 

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