Quando a gente fala em bem-estar digital, logo pensa em não passar muito tempo nas redes sociais ou nos jogos e ter uma relação saudável com nossos smartphones, certo? Quase: esse era o conceito até os roubos de celulares dispararem e uma rapa em contas bancárias e apps levar nosso dinheiro, nossa credibilidade, toda nossa vida digital e, consequentemente, nossa saúde mental. E não são poucas pessoas que precisam lidar com isso: em 2021, o Brasil teve 847,3 mil registros de celulares roubados e furtados. Isso significa 1,6 aparelho por minuto (dado do Fórum Brasileiro de Segurança Pública 2022). É dor de cabeça e estresse que não acaba mais! E é por isso que a gente afirma com muita certeza: bem-estar digital, hoje, é estar seguro.
Ter nossa vida digital protegida é sinônimo de bem-estar
Bom mesmo seria viver num país seguro para todos e todas e isso passa, claro, por justiça e igualdade social. Como o Brasil está um pouco distante desse ideal, redobrar os cuidados com seu aparelho e apps mais visados ainda é a melhor saída para a redução dos danos em caso de furto ou roubo.
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Ter nossa vida digital protegida é sinônimo de bem-estar. E fazer isso é mais simples do que parece, já que os próprios smartphones contam com configurações de segurança. O problema é que nem todo mundo sabe ou lembra ajustar o aparelho e tomar alguns cuidados. “É preciso que isso se torne uma cultura, assim como sair de casa e trancar as portas e janelas”, destaca a advogada Camilla Jimene, CEO do Opice Blum, Bruno e Vainzof Advogados Associados. A seguir, ela e Wanderson Castilho, perito cibernético, dão dicas de como proteger seu bem-estar digital.
Bloqueio automático
Quando pegam o nosso smartphone desbloqueado, fica muito mais fácil acessar o universo dentro dele. Reduzir o tempo de bloqueio automático pode fazer com que o aparelho trave antes que consigam fazer qualquer ação. “É algo simples e que pode funcionar”, diz Camilla.
Ativação da biometria
Colocar a sua digital ou reconhecimento facial como senha também dificulta a vida de quem teve acesso ao celular sem sua permissão. Mas isso depende também que a sua senha de acesso ao celular – aquela que você precisa digitar toda vez que liga o aparelho – seja segura. Afinal, ela é solicitada na hora de trocar a biometria e o Face Id. Para isso, é importante seguir a próxima dica.
Senhas
Jamais use datas de aniversário, telefones ou senhas muito óbvias. Pense que quem quer entrar nos seus apps vai fazer uma investigação intensa e testar tudo que encontrar no próprio aparelho. Faça uma varredura para ver se, algum dia, enviou ou anotou senhas no e-mail, nos apps de mensagens e no bloco de notas. “Tenha um gerenciador de senhas ao invés de anotar em qualquer lugar do celular”, alerta Camila.
Autenticação de dois fatores
Sabe o e-mail que você usa para controlar todo o seu celular? Como o Google no Android e o ID Apple no iPhone. Vale colocar uma autenticação de dois fatores para proteger o acesso à conta. A comprovação pode ser um token, SMS ou respostas curtas que só o dono do celular terá. É uma segunda etapa do login, que evita que, caso sua senha seja exposta, não consigam ter acesso àquelas contas.
Esconda os aplicativos de banco
Segundo o perito cibernético e especialista em investigação de criptomoedas, Wanderson Castilho, não deixar os apps de forma visível também pode ser uma vantagem quando o celular é furtado. “Há estudos que comprovam que quando você mexe num aparelho que não é seu, você leva até 12 minutos para encontrar o que precisa, já que cada pessoa organiza seus aplicativos de um jeito”. Com os bancos escondidos, fica ainda mais difícil. Alguns aparelhos têm pasta segura (com senha), coloque os aplicativos de banco lá dentro.
Diminua os limites
A facilidade com que os pagamentos pelo PIX são feitos fez com que ele se tornasse um grande atrativo para o roubo de celular. Para evitar que grandes transferências de dinheiro sejam feitas sem sua permissão, o perito dá a letra: “Coloque um limitador no PIX”. Pelo próprio app do banco, dá para ajustar o limite diário e noturno. Limite também os empréstimos.
Converse com seu gerente
O app do banco é o mais visitado por ladrões de celular e a verdade é que cada instituição tem suas camadas de segurança. Converse com o seu gerente para melhorar a segurança no seu aplicativo. Alguns bancos, por exemplo, têm a opção de não deixar os investimentos aparentes no app. Cheque se seu banco pede uma senha para efetivar transações, assim, se sua biometria ou identificação facial for violada há uma camada extra para evitar transferências e empréstimos indevidos.