Drauzio Varella é o médico mais pop do Brasil. Especializado em oncologia, é cientista, escritor e autor de 17 livros – o mais recente, O Exercício da Incerteza, foi lançado este ano pela Companhia das Letras e faz um retrato de seus mais de 50 anos de carreira. Figura famosa por seus quadros no Fantástico, foi na contramão do que aprendeu na escola, construindo uma carreira baseada na escuta amorosa e no aprendizado com diferentes realidades – das ruas às cadeias e à cracolândia, Drauzio está sempre lá. Talvez isso explique toda sua popularidade e confiabilidade, porque se o Dr. Drauzio falou, tá falado.
As tecnologias vieram para fazer a gente trabalhar mais e o problema é o tempo de lazer que elas nos tiram
É adepto (com parcimônia) das redes sociais, onde coleciona 6 milhões de seguidores – fora os 8 milhões de acessos mensais no site. Sua mais nova empreitada é levar informação de um jeito rápido, assertivo e divertido aos jovens. Sim, Dr. Drauzio agora é um tiktoker e seus vídeos atingem, fácil, dois milhões de views. Mas estar nas redes não impede que ele faça alertas sobre como as tecnologias da vida moderna são avanços que nos levam à ansiedade, depressão e desembocam em outra epidemia, cada vez mais comum no Brasil: o uso desenfreado de medicamentos. Fala também da nossa mania de achar que exames nos “absolvem” pelos excesso e nos salvam de doenças. E como está preocupado com a saúde física e mental dos milhões de brasileiros que não têm comida no prato: “Sem comida, não há felicidade possível”. Com vocês, Dr Drauzio Varella!
O Brasil ocupa sempre os primeiros lugares quando a gente fala do uso de internet e redes sociais. Como é que o senhor vê esse nosso vício?
Olha, temos dois aspectos. De um lado, você tem acesso a uma quantidade de informações absurdas e isso é um estímulo cognitivo importante. Por outro, há o exagero no tempo que você gasta olhando pra tela, isso cria um problema que é o tempo de lazer que essas tecnologias nos tiram. Na verdade, elas vieram para fazer a gente trabalhar mais e ser mais eficientes no trabalho. Ou seja, hoje, se tiram o computador da gente, não fazemos mais nada na vida. E a conclusão imediata qual é? Que nenhuma tecnologia virá pra nos salvar dessa situação, ao contrário. E aí o tempo que a gente tinha para relaxar, para ficar com a família e para conversar com amigos ou para sair, vai acabando.
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Ou seja, essas tecnologias são, na verdade, uma armadilha…
Hoje o trabalho é feito quase todo virtualmente. Com essa confusão do mundo moderno, os casos de ansiedade vêm aumentando e a depressão está se tornando uma das doenças mais prevalentes na humanidade. Por que? Nós não somos assim, somos gregários! Somos descendentes dos primatas africanos que saíram das árvores nas savanas da África, tinham que se defender dos animais. Mas eles eram muito frágeis, tinham 90 centímetros de estatura e ossos débeis. Como é que eles conseguiram sobreviver naquele mundo, cheio de feras muito mais fortes e de predadores terríveis? Formando grupos. Os que não souberam fazer isso desapareceram e não deixaram descendentes. Os que formaram, sobreviveram e nós viemos deles. Por isso que a gente fica desesperado quando fica sozinho. Gostamos de estar em grupo, rir, bater papo. Quando você fica diante do computador ou celular o tempo inteiro, isso tem um impacto psicológico muito grande.
No seu último livro, O Exercício da Incerteza, o senhor fala das mudanças na medicina nos últimos 50 anos. Quais as mais significativas? E o que regrediu?
Mudou a medicina e mudou a sociedade. Quando me formei e era residente no Hospital das Clínicas, em São Paulo, os problemas de saúde dos brasileiros eram endemias rurais, como a esquistossomose, doença de Chagas, malária e as verminoses. Estudos mostravam que, nas crianças em idade escolar, o número de infestações era cerca de 90%. Vi tragédias, como obstruções intestinais por vermes que formavam um novelo no intestino. Estes doentes tinham que operar imediatamente e muitos acabavam tendo complicações e morriam. Essa era a medicina na época. E a população era jovem na sua maioria, o envelhecimento atingia uma pequena parcela. Olha o que aconteceu nos últimos anos: a população que mais cresce é a que está acima dos 60 anos.
Em relação às doenças, os problemas mudaram, mas continuamos tendo algumas endemias e epidemias, como dengue e zika. Mas os grandes desafios são as doenças crônicas – hipertensão, diabete, problemas reumatológicos, obesidade, ataques cardíacos e derrames cerebrais – essas são as verdadeiras epidemias que nós enfrentamos hoje. Aos 60 anos, metade da população brasileira tem hipertensão arterial. É um número absurdo.
A vida sedentária é destruidora. O corpo humano é uma máquina que foi preparada para o movimento
E por que este aumento tão significativo?
Primeiro porque a população envelheceu e essas doenças incidem especialmente nos mais velhos. Quando eu era um jovem adulto, ouvia no rádio a notícia de que um “sexagenário” havia morrido atropelado. Hoje, quando morre uma pessoa de 70 anos, você diz que morreu cedo. Mulheres e homens de 60 anos eram considerados velhíssimos. Hoje são jovens, e não deveriam estar com essas doenças. Outro fato é que, na época da Segunda Guerra Mundial, o acesso à alimentação era mais restrito, não dava pra comprar tudo, comida era uma coisa cara. Tempos depois, a tecnologia de conservação de alimentos melhorou muito e a agricultura evoluiu. Pela primeira vez, passamos a ter comida de boa qualidade acessível às grandes massas. O progresso tecnológico trouxe conforto, que é você ficar parado e as coisas chegarem na sua casa. Ou seja, tudo que as pessoas faziam em movimento, hoje se faz sentado. A vida sedentária é destruidora. O corpo humano é uma máquina que foi preparada para o movimento.
A população mais vulnerável está se alimentando muito mal. Isso quando consegue comer. O Brasil está passando por um nutricídio?
Primeiro, há uma seletividade que atinge a classe média e alta, em que as pessoas desenvolvem teorias sobre o que devem ou não comer. Tal coisa tem glúten, muitos dizem que tomar leite é um “veneno”, comer queijo causa “Alzheimer”. A maior parte dos alimentos é inflamatória. Não temos estudos científicos que indiquem uma determinada dieta. A mediterrânea é a que parece melhor porque é variada e tem o básico. Agora, como é que você consegue levar uma boa dieta com alimentos de qualidade para as populações mais pobres? Imagine uma mulher – muitas vezes, mãe solo – que chega do trabalho, tem todo serviço doméstico para fazer, preparar o jantar e deixar pronto o café do dia seguinte. Ela pega uma salsicha, joga na panela com água, põe uma batatinha, ferve tudo e, em 10 minutos, alimenta a família inteira. As transformações sociais favoreceram o aparecimento dos industrializados e ultraprocessados, como a salsicha, o salgadinho e o macarrão instantâneo, cheios de gordura não saudável e açúcar. Mas é o que as pessoas conseguem comprar. Ontem ouvi no rádio que o mamão aumentou 95% desde o ano passado. Aí todo mundo diz: ‘olha, precisa comer fruta…’. Como?
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O senhor já disse uma vez, “o Brasil está doente e nós somos, ao mesmo tempo, pacientes e a doença”. Continua mais atual do que nunca não?
Se você pegar essas doenças às quais eu me referi – diabetes ou hipertensão –, 30% delas dependem de causas não relacionadas com a medicina e, sim, de saneamento básico, água de qualidade, da renda, de habitações adequadas e políticas públicas, ou seja, nada tem a ver com a medicina. Um exemplo: uma mulher sozinha que mora no extremo da Zona Leste gostaria de trabalhar perto de casa. Mas como lá não tem emprego, ela cruza a cidade e leva 2h30 para chegar no trabalho, num bairro de classe média alta, que é onde ela trabalha e outras 2h30 para voltar. Como não tem tempo de fazer exercício, ela ganha peso porque come do jeito que dá. Essa realidade não depende da medicina. Depende de medidas sociais, que correspondem a pelo menos 30%, 50% do estilo de vida das pessoas e apenas 20% diretamente da assistência médica.
As pessoas tomam pílulas que não têm utilidade ou indicações precisas, achando que vão encontrar uma solução mágica
A gente acha que a medicina vai resolver tudo… Eu, por exemplo, tomei um susto recentemente quando fui diagnosticada com uma anemia severa, causada por um mioma. Negligenciei tanto minha saúde que acabei com apenas 4,1 mg de hemoglobina – e venho de uma família de cardíacos. Fui internada às pressas para uma transfusão…
Isso é muito grave! Olha, você tem só uma alternativa, minha filha: atividade física e controle com cardiologista todos os anos. E mais: faça exercícios. Não adianta dizer “eu ando”. Com esse histórico você precisa fazer mais! Precisa correr!
O senhor acha que nós consumimos muito remédio?
Muito! Isso pode ser medido pelo número de farmácias que nós temos. E mais: Temos uma quantidade de medicamentos inúteis, sempre nas prateleiras principais. E não é um fenômeno brasileiro apenas. Nos Estados Unidos, por exemplo, há verdadeiros supermercados dedicados às vitaminas. Na realidade, elas são poucas na medicina, mas as pessoas tomam pílulas que não têm utilidade ou indicações precisas, achando que vão encontrar uma solução mágica. Ou a fonte da juventude. Esses meninos de academia são fortíssimos, mas fazem exercícios com peso, não fazem aeróbico. Do ponto de vista cardiovascular, não estão fazendo nada, muitas vezes têm um sistema cardiovascular e pulmonar de uma pessoa sedentária. Aí se enchem de vitaminas, achando que estão saudáveis. Por trás disso há uma indústria poderosíssima, que movimenta em torno de 25 bilhões de dólares por ano.
E como cuidar da saúde de um jeito possível?
Olha, cuidar da saúde é não exagerar na comida ou comer mais do que você precisa no dia a dia. Não precisa fazer esse controle maluco de contar calorias. As meninas querem sempre emagrecer e se sentem muito pressionadas por esse estereótipo feminino da mulher magrinha. Não é nada disso. Você pode se reunir com os amigos no sábado, comer uma feijoada à vontade, sobremesa… Mas não precisa comer três pratos e à noite pedir uma pizza. Exagerou? Dê um tempo: segunda, terça e quarta, pega leve. É preciso essa sabedoria para não viver uma vida infernal e, ao mesmo tempo, ter os prazeres da vida. E sem ganhar peso. Mas não pode ser sedentário.
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Mas algumas pessoas que não conseguem, como o senhor citou…
Aqui você luta contra tudo e contra todos. Alguns bairros são perigosos, nem sempre é fácil, não tem lugar. E aí uma mulher sozinha vai sair para fazer exercício? Eu fiz um programa no Fantástico e um dos entrevistados era um motorista de ambulância de 40 e poucos anos. Ele acordava 4h30, tomava o café da manhã e às 5 horas pegava o ônibus. Começava a trabalhar às 7h e ia até às 19h, de segunda a sábado. Quando chegava em casa, às 21h, ele fazia o jantar e o almoço para levar na marmita. No domingo, tirava o atraso do sono e dormia até tarde. No quadro, eu tinha que explicar a ele as vantagens da atividade física. Mas que horas esse cara ia fazer exercício? Eu ficava morto de vergonha! No fim, eu disse o que costumo dizer: tem fases que você não consegue tempo para se exercitar. Então, tente incluir o exercícios na sua atividade diária: se trabalha em um prédio, pega o elevador, vá até lá embaixo, sobe a escada e depois continue o trabalho. O ideal é que ninguém fique sentado mais do que 30 minutos. Mexa-se, nem que seja para dar uma volta na mesa. A atividade física provoca uma contração muscular que libera pequenas moléculas que agem no sistema nervoso central e no cérebro. Quando elas caem na circulação, dão uma sensação de prazer e mais ainda de otimismo.
Não existe felicidade possível quando se tem fome
Como falar de bem-estar num país que está agonizando em desigualdade?
Se você não tem acesso à alimentação adequada, não tem como cuidar da saúde mental ou física. Imagine que você está trabalhando, vai dando uma hora, duas e começa a dar muita fome. Duas horas e meia depois, você fala: “preciso comer”. Agora, imagine viver isso todos os dias e não ter comida? Uma avaliação do Datafolha mostrou que 57,8% de brasileiros (mais de 125 milhões em números absolutos) passam por algum grau de insegurança alimentar. Dessas, 33 milhões estão passando fome. Os que não estão, diminuíram a quantidade de alimento. Não existe felicidade possível quando se tem fome. De um modo geral, sinto que as pessoas estão desinteressadas. Nós perdemos muito esse conceito de brasilidade.
O senhor já falou em um de seus livros sobre a medicalização da vida… Estamos vendo remédios para diabetes ou TDAH sendo usados para perder peso, manter o foco, produzir mais e até como droga recreativa…
Essa é uma questão que me preocupa há muito tempo. Claro que quando se está doente e tem um medicamento específico, tem que tomar. Mas e quando não precisa? Não faz sentido você começar o tratamento para uma pessoa que não está doente com a mesma droga usada para quando ela ficar doente. Nós não treinamos os estudantes de medicina para analisar, para verificar qual é o impacto dessas medidas na vida daquela pessoa. Dormir é fisiológico, você fecha o olho e dorme. Mas aí vem o profissional e prescreve uma dessas medicações. Acho que entre as mulheres, o número de prescrição de antidepressivos é pior: foi o cardiologista, que achou a paciente meio nervosa; o ortopedista, para aquela moça que tinha brigado com o namorado e estava triste. A prescrição por psiquiatras é mínima, às vezes foi uma “dica da vizinha”. Os brasileiros são os que mais consomem antidepressivos no mundo.
Estar com os exames em dia, é sinônimo de saúde? Dá para ter algum tipo de prazer na vida?
Os exames têm que fazer parte de uma estratégia, que, definitivamente, não é ir ao laboratório colher 5 litros de sangue. Alguns exames são importantes e, muitas vezes, esses check-up não realizam. Uma pessoa de 40 anos, barriguda, bebe mais do que devia, é sedentária e quer fazer exames para compensar os excessos e ter uma vida saudável. E ainda diz: “Tô ótimo, fiz todos os exames”. Eu cansei de ver gente morrer com os exames normais. As pessoas têm a ideia de que fazer exames cria uma conta impagável. E se o médico pede 50 exames, ele ainda vai sentir que está sendo muito bem tratado. Isso cria uma falsa segurança.
A tendência é procurar os nossos iguais, mas na rua a vida pulsa forte
O senhor é um médico conceituado mas também tem essa aura de celebridade, do médico da TV. Como o senhor lida com a fama?
Quando comecei [na TV], ficava muito incomodado, não fui treinado para isso. Essa popularidade aconteceu quando eu já era um homem maduro, tinha 56 anos. Eu tenho maior paciência com a fama, mesmo porque as pessoas são, no geral, muito respeitosas comigo. Eu faço o diagnóstico de um problema de saúde quando estou correndo. Às vezes, o que falo faz diferença na vida daquela pessoa. Passam-se anos e alguém vem e diz: “Muito obrigado, o senhor falou e eu parei de fumar por sua causa”. Invariavelmente passo pela Cracolândia e o pessoal me chama, porque me conhece da televisão ou das cadeias. Aí eu paro para conversar. Claro que eu não estou sempre disposto, mas não nego, é preciso entender essas situações. Ou não fazer este tipo de trabalho. Gosto de andar pela rua, olhar na cara das pessoas… A tendência é procurar os nossos iguais, mas na rua a vida pulsa forte.
O senhor ainda vai às cadeias?
Sim, há 33 anos. Vou lá uma vez por semana, fico cinco, seis horas atendendo um bando de gente. E conversando. Eu acho que essa diversidade enriquece muito a vida da gente. Eu não sei quem eu seria se não tivesse tido essa experiência das cadeias. Se ficarmos muito seletivos, a gente perde o contraditório ou uma história de vida completamente diferente da nossa. Eu gosto de cadeia por isso, gosto de estar com aquelas pessoas, de ouvir suas histórias.
Como o senhor lida com as redes sociais?
É um bom jeito de alcançar as pessoas e levar informação. Nós temos um site, onde trabalham vários jornalistas, que teve mais de oito milhões de acessos. No Facebook e Instagram, temos mais de um milhão de seguidores em casa e nosso canal do YouTube tem três milhões de inscritos. Recentemente entrei no Tiktok e estou adorando!
No Tiktok? E o que tem achado?
Você tem apenas um minuto, não dá para discutir nada em profundidade, mas dá para você colocar uma ideia. O que funciona é mais uma brincadeira com a molecada. Fiz um vídeo que dizia assim: “Você corre para baixo e pra cima e não bebe água porque tem medo de ter vontade de fazer xixi quando está na rua. Não bebe água e fica desidratado. Não é legal, não seja camelo. Beba água, você é um ser humano! Você não é camelo!” Daí eu saio na rua e ouço: “Doutor, eu não bebia água e agora estou bebendo!”. Tem essa interação, especialmente com os mais jovens. Você fala uma bobagem qualquer e, de repente, tem dois milhões de acessos. É um absurdo!
O senhor já está acostumado com o termo “viralizar” como sinônimo de uma coisa boa, então?
Ah já. Essas coisas já viralizaram antes da existência do termo! rs
O senhor tem algum medo?
Olha, eu não tenho medo de morrer, acho que fiz bastante coisa na vida. Mas tenho medo de morrer depois das minhas filhas. Perder um filho deve ser uma dor inacreditável, não é normal. Tenho o maior respeito pelas pessoas que passam por essas tragédias e depois conseguem dar e ter algum prazer na vida.
A gente tem a ideia de que o senhor não comete nenhum deslize. Qual o pecado inconfessável, que não é exatamente saudável, mas que adora?
Eu como quase tudo. Só não como manteiga, nunca comi, desde criança. E açúcar. Parei de comer doce em 1979. Agora, o duro é ter que explicar isso para as pessoas. A primeira pergunta é: “você é diabético?” Dá vontade de dizer: “sou!” [risadas]. Não tomo vinho, cerveja, mas eu gosto de tomar uma cachaça antes do almoço, no final de semana. Quem me ensinou foi um carcereiro, que me disse assim: “Oh, Doutor, veja o seguinte: o senhor toma vinho branco, champanhe, essas bebidas docinhas… Se tá calor, toma um copo de cerveja, depois outro… Quando vê, tomou uma quantidade enorme. Com a cachaça, o senhor sabe com quem tá lidando”. Nunca esqueci dessa frase.