Sofre, ri, come, dorme, limpa, cozinha, chora.. Mas agradece
Carola está no corre da interpretação de Lumiar, sua personagem na novela “Vai na Fé”, mal consegue ver os filhos e o marido, mas está tomada de alegria
Não tenho dado conta. Digo isso com certo cansaço, e pasmem: com alguma dose de alegria. A vida tem corrido. O calendário voa e eu quase não sinto. Como se um dia não fosse mais aquele pedaço que tem sol, e que quando junta com aquela parte que tem breu, faz a soma exata das 24 horas… ou quase isso.
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Tudo passa enquanto eu derreto de calor. Pulo de um estúdio pruma externa, vou e volto pra casa, vejo um filho dia sim, dia não, o outro num cep distante que dá noticias semanais. E o marido na cola achando estranho minha falta de tempo, e/ou de energia.
Sei que você que me lê, ta meio que entendendo, meio que acompanhando, e deve estar se perguntando onde essa maluca tá vendo alegria… E eu te respondo num salto: é na vida.
Eu vim aqui dessa vez pra te dizer isso: acorda, agradece, corre! Mas agradece.
A vida que começa toda manhã, por puro milagre, ou desejo de um Deus que comanda tudo, não importa, é fato, pra quem levanta.
Nessa coisa com cara de oportunidade. Na falta que eu sinto de ter mais calma, de ver os filmes do Oscar, ter ânimo pro carnaval e não ter ânimo pro carnaval. De sentir saudade do filho que mora na mesma casa, de não ir ver a família pra estudar texto. De beber uns drinks e precisar de mais tempo pra se recuperar disso.
De chegar em casa sem fome porque comeu a comida de cena e não conseguiu jantar com a família. De sentar e comer tudo, porque a gente pode não ter vontade, mas faz mesmo assim. De tudo isso que tem cara de reclamação, mas que na real, é benção pura de quem ainda tem chance.
Eu sei que a gente sabe. No mesmo ponto que a gente esquece, porque se a gente lembrasse, não via tanto defeito.
Eu vim aqui dessa vez pra te dizer isso: acorda, agradece, corre! Mas agradece. Sofre, ri, come, dorme, limpa, dança, sonha, lê, cozinha. E chora.. Mas agradece. E não esquece: a vida é o que acontece enquanto a gente não morre.