Sabe quando bate aquela vontade de fazer algo diferente, sair da rotina e conhecer algo novo? Seja tomar um cafezinho na padaria no meio da tarde ou cruzar o oceano para conhecer um novo continente, fazer coisas que não estamos acostumadas pode abrir um infinito de novos caminhos na nossa vida. Ainda assim, quando comento sobre as descobertas incríveis que fiz ao viajar sozinha, recebo diversos uma chuva de comentários como “nunca conseguiria fazer isso”, “tenho muito medo em ir para qualquer lugar sem companhia”, “vai parecer que não tenho ninguém”.
Deixamos de fazer várias coisas por medo, mas são elas que nos empurram para novos caminhos
O primeiro destino que visitei sozinha foi Míconos, na Grécia, em setembro de 2021. De lá para cá, fui por conta própria para Paris, Roma, Londres e muitos outros lugares. Também faço viagens acompanhada de gente querida, e é uma delícia, mas estar sozinha tem o seu valor. Então separei quatro lições sobre viajar sozinha que me transformaram para tentar incentivar mais mulheres a embarcar nessa jornada. Você está pronta?
As coisas podem ser do jeito que você quer (literalmente)
O que você faria se não tivesse nenhuma amarra? Essa foi a pergunta que tentei responder na minha primeira viagem solo. Com toda certeza, uma das melhores coisas de viajar desacompanhada é ter a liberdade de criar o seu próprio roteiro e fazer tudo no seu ritmo, sem presenciar conciliar os seus desejos com os de outra pessoa.
Quer relaxar? Tudo bem. Vale ir para a praia ficar observando as pessoas passarem, levantar as pernas no quarto sem culpa, sentar em uma livraria conhecida… Quer agitação? Tenho certeza que vai encontrar um barzinho incrível para conhecer ou então uma festa animada para fazer amigos. As possibilidades são infinitas, basta entender o que você quer naquele momento. No fim da jornada, fica a ideia de que é possível fazer tudo do seu jeito e que só você pode medir o que é um indicador de sucesso para sua vida.
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Não deixe de fazer nada por receio – em viagens ou fora delas
Sabe aquela festa que você estava com preguiça de ir, mas depois que foi acabou sendo muito legal? Essa é uma sensação muito boa que tenho em toda viagem que vou desacompanhada. No começo, fico pensando que podem surgir problemas pelo caminho que não vou conseguir resolver sozinha. Mas a viagem acaba sendo incrível e volto para casa pensando “imagina se eu tivesse deixado de fazer isso por receio?”. Isso me fez entender que tem diversas coisas que deixamos de fazer na nossa vida por medo, mas que são justamente elas que nos empurram para novos caminhos e descobertas. Me sinto naquelas cenas em que a protagonista do filme decide que vai mudar drasticamente sua vida.
Seria um atraso deixar de ver tantas paisagens magníficas por receio de estar sozinha
Dê uma pausa, o mundo vai continuar acontecendo
Sou uma daquelas pessoas que quer e precisa de tudo para ontem. Nas minhas primeiras viagens, lembro que fiquei desesperada para ver todos os pontos turísticos da minha lista. Ficava tão ansiosa que, se no dia não desse conta de tudo que havia proposto, batia uma frustração intensa. Depois de um tempo, percebi que estava repetindo uma lógica que me seguia há muito tempo: a minha síndrome de impostora. Ela me fazia acreditar que aquela seria a minha primeira e última oportunidade de visitar o lugar em que estava – por isso, não podia deixar nada para depois.
Além disso, quem está acostumada a correr o tempo inteiro no dia a dia tende a não se permitir dar uma pausa mesmo nas férias. Depois de me reeducar, entendi que terei a chance de visitar mais uma vez os lugares que estou conhecendo. Não preciso me desesperar. Com isso, aprendi a levar as viagens de um jeito mais leve. Saquei que, muitas vezes, vale mais sentar em uma pracinha e observar a vida acontecendo do que correr de cima para baixo tentando completar um checklist que não necessariamente faz sentido para mim, e entendi que isso não vale só para viagens.
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A nossa própria companhia é uma delícia
Às vezes, não vai ter ninguém para ir com você. E tá tudo bem. Mulheres crescem sendo ensinadas sobre a necessidade de ter uma pessoa ao lado para serem plenamente felizes – e acabamos por reproduzir essa lógica que nos priva de viver coisas magníficas. Cada vez que viajo, descubro que seria um atraso deixar de ver tantas paisagens magníficas por receio de estar sozinha. E é nessa solitude que me reencontro e me descubro verdadeiramente. Afinal, não preciso temer conhecer o meu eu.