Como tratar a acne - Mina
 
Seu Corpo / Reportagem

Resista, não esprema as espinhas: como amenizar a acne

Espremer cravos e espinhas pode ser muito prazeroso, mas deixa marcas e piora o quadro de acne, o que impacta diretamente na nossa autoestima. Saiba como cuidar da pele para evitar inflamações

Por:
4 minutos |

Passar a adolescência longe das espinhas é um privilégio que poucos tiveram. Confesso que a puberdade me pegou desprevenida com dezenas de espinhas no rosto. Ansiosa por conta das tarefas escolares, acabava por estourá-las, o que manchava a minha pele e refletia na minha autoestima. 

Na busca por uma soluções rápidas e fáceis, recorri aos tratamentos caseiros que via por aí, como passar pasta de dente no rosto e investir em sabonetes que prometiam tirar totalmente a oleosidade da pele. Muitas dessas dicas se provaram um desastre. E hoje estou aqui pra falar deles. Vamos começar pelos sabonetes que secam? “Esses produtos além de piorar as lesões, podem ocasionar manchas, queimaduras e dermatites”, alerta a dermatologista Camila Rosa, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Skin of color Society.

Um erro comum é achar que pele oleosa não precisa de hidratação

Existe uma ilusão coletiva de que, para combater a oleosidade e, consequentemente, os cravos e espinhas, precisamos nos livrar dela (a oleosidade) a todo custo com produtos super adstringentes. Mas essas dicas que transbordam na internet são, na verdade, verdadeiras agressões.  O que a nossa pele precisa é de equilíbrio: se livrar do sebo excessivo, mas se manter hidratada e com sua barreira protetora firme. Só assim a gente minimiza as inflamações. 

Mas afinal, como tratar a acne?

Os cuidados com uma pele acneica são os mesmos de todas as outras: lavar, hidratar e passar protetor solar. O que varia é a formulação dos produtos, que devem ter ativos que ajudem a manter a oleosidade sob controle, como ácido salicílico, retinóico, óleo de melaleuca, enxofre, entre outros. Segunda a especialista, vale estar de olho nesses componentes, porém com ressalvas. “O que torna um produto ideal ou agressivo é a maneira como ele é produzido, veículo, concentração e a indicação individual”, explica  a dermatologista. “Por isso, o ideal é o acompanhamento de uma especialista. Caso não seja possível, o ideal é optar por uma linha mais suave para melhorar sem agredir a pele.”

Outro erro comum é achar que pele oleosa não precisa de hidratação. Pelo contrário, ela é fundamental. Aposte nos hidratantes no formato em gel ou sérum, que tendem a ser mais leves e não aumentam o sebo. Melhor ainda se estiver escrito “não comedogênico”, porque significa que ele não obstrui os poros. O mesmo vale para o protetor solar: quanto mais leve a textura, melhor. A dica é escolher os com acabamento mate, que contam com controle de oleosidade. Aliás, cuidado com o sol, porque ele escurece as manchas causadas pela acne, orienta Camila.

“Não se deve espremer a espinha porque além de piorar a cicatriz, pode gerar uma infecção mais grave”

Em alguns casos mais graves, existem tratamentos específicos, como cremes e até medicação oral. Mas nada de sair passando aquele creminho que salvou a sua amiga, cada caso é um caso e só um profissional saberá orientar o que é melhor para você. Combinado? 

E para quem está com evento do ano para acontecer no final de semana e na quinta surgiu uma espinha no rosto, não precisa se desesperar e achar que estourar é a melhor opção, porque não é. “Não se deve espremer a espinha porque além de piorar a cicatriz, pode gerar uma infecção mais grave. Mantenha a rotina básica para tratar, sem ficar manipulando as lesões”, afirma a dermatologista. 

O cuidado para evitar novas espinhas é o padrão para todas as peles: limpar, hidratar e passar o protetor solar. Se não estiver funcionando, é melhor procurar um profissional. “Acne é uma doença de pele e precisa ser tratada”, comenta.

+ Leia também: A pele pede socorro: sinais físicos de que o estresse está gritando
+ Leia também: Yoga facial é uma mágica na pele que você faz em casa

Para além do skincare 

Mas nem só o que a gente passa na pele influencia na saúde dela. No meu caso, por exemplo, foi melhorando a alimentação que consegui minimizar a acne que tanto me incomodava. Já foi comprovado que o consumo excessivo de açúcar e laticínios tende a piorar as inflamações. Então, se estiver sofrendo com espinhas, cravos e afins, é melhor evitar. 

“É importante falar que a acne tem influência genética e, mesmo com esses cuidados, podemos ter um quadro de acne”, destaca a ginecologista. Ou seja, pele com espinhas não significa pele descuidada. Mesmo seguindo à risca todas as recomendações, algumas pessoas seguem com o problema. Nesses casos, o melhor é marcar um dermatologista para avaliar melhor a situação. De todo modo, não podemos nos esquecer: “não existe pele igual aos filtros do Instagram, todos têm as suas características naturais”, ressalta Camila. 

Mais lidas

Veja também