Pequena Lô: “Entendam: pessoas PcD também bebem, saem e vivem uma vida normal”
A humorista e psicóloga bate um papo com Angélica sobre o prazer de fazer os outros sorrirem ao mesmo tempo em que conscientiza sobre a vida com deficiência
Que o humor é uma ferramenta poderosa, isso ninguém discute. Mas no caso de quem já sofreu com as risadas alheias, viver disso é mais que sucesso, é a volta por cima. A humorista, psicóloga e influenciadora Lorrane Silva, a Pequena Lô, personifica isso muito bem, mostrando de um jeito hilário o cotidiano de uma pessoa com deficiência (PcD). E é ela que conversa com a Angélica esta semana.
Pequena Lô conta que gosta de fazer piadas desde criança. “Sempre senti prazer em fazer as pessoas sorrirem”, conta. Para ela, todo mundo passa por dificuldades, mas com humor a vida fica mais leve. E se, na frente das câmeras, a influenciadora já provoca muitas risadas, por trás garante que é ainda mais divertida. “É um trabalho, então a gente faz com pressão e responsabilidade, então atrapalha um pouco.”
O curso de psicologia foi fundamental para entender que o humor era uma forma que ela tinha de se comunicar e que poderia se tornar uma carreira também. “Eu fui me conhecendo melhor, o que ajudou a fortalecer meu gosto pela graça e me fez parar para pensar sobre como eu poderia espalhar isso pelo mundo”, conta.
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Como, desde o começo faz vídeos que não falavam diretamente sobre ser PcD, mas que o tema acabava ali inserido, afinal é quem ela é, Lorrane não enxerga uma cobrança para que aborde mais o tema. “Primeiro que sou eu ali atuando, de muleta ou de motinha, e são situações que todo mundo consegue se identificar, pessoas com deficiência ou não”, avalia. O problema na verdade são os comentários capacitistas que costuma receber nas redes sociais – o que vem diminuindo com o tempo, agora que existem mais referências de pessoas PcD ocupando espaços na mídia.
“Os haters não vão parar tão cedo. Quanto mais você é vista, mais eles aparecem para te atacar. Mas é o que eu digo: é a minoria. A maioria gosta do meu trabalho”, comenta. Seus pais foram um grande alicerce na construção da sua autoestima, o que ajuda a driblar quem gosta de atacar. “Eles nunca tiveram vergonha de sair comigo para lugares públicos, nem de mostrar que tudo bem eu ter uma condição física diferente”, conta.
O estranhamento vem dos outros, que não esperam que uma pessoa PcD beije, beba álcool e viva uma vida como qualquer outro – o que Lô faz questão de mostrar. “Eles também se assustam quando veem que a gente se ama do jeito que a gente é”, diz.