Luciano Huck: “Educar os nossos filhos é revisitar opiniões, valores e comportamentos”
Neste dia dos pais, Angélica recebe o maridão e um dos maiores apresentadores do país, Luciano Huck, para falar sobre os desafios e aprendizados da paternidade
“Como você pode passar ensinamentos que você aprendeu aos 50 anos para um filho de 15 anos e garantir que ele entenda?”, reflete Luciano Huck. Se paternar hoje em dia é muito além de cobrir tabela, o apresentador, empresário, esposo e pai dos três filhos da Angélica dá o exemplo de que a nova paternidade é um tema importante não só para pais, mas para a sociedade num todo.
Luciano confessa que nunca havia pensado em ser pai até acontecer. Ele e Angélica lembram que a primeira gravidez veio quando os dois estavam juntos há 4 meses, e foi só a partir daí que o apresentador começou a elaborar seus pensamentos sobre paternidade. Para ele, a principal mudança desse novo papel é a questão da responsabilidade. “Você cria vínculos com algumas pessoas – seus filhos e com quem você está compartilhando essa jornada – que não tinha antes.”
Pai de Eva (9 anos), Benício (14) e Joaquim (17), ele revela que seu maior objetivo é conseguir fazer eles se tornarem adultos “legais, plurais, interessados e interessantes, que estejam comprometidos com o que tiverem a fim de fazer, seja o que for.” E para tornar o seu legado real, é necessário um trabalho diário de ensinar o que irá servir de base para a vida. “A gente sempre entendeu que não era o ecossistema em volta que iria moldar os nossos filhos. Os valores que a gente passa para eles é muito mais importante”, frisa. O maior cuidado do casal é o de evitar proteger demais, porque isso também traz efeitos colaterais. Angélica ressalta: “É um desafio não deixar a fama, a grana, as viagens e a influência que a gente tem afetar de forma negativa a formação das crianças.”
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O apresentador brinca que, quando o segundo filho nasceu, pensou que seria um repeteco da primeira vez, mas se surpreendeu ao perceber que um outro filho traria novos aprendizados. “Cada um é uma experiência diferente. Você vê um pouquinho do pai, um pouquinho da mãe, mas cada um é um bichinho com as suas complexidades”, compartilha. De todo modo, ele tem uma expectativa em comum em relação aos dois. “Eu quero que eles sejam meninos éticos, do bem, que independentemente do poder ou da grana que eles têm, ou onde quer que estejam, que cumprimentem todo mundo, olhem no olho, se interessem de verdade pelo outro, seja quem for.”
A caçula, Eva, também tem promovido mudanças nos pais. Angélica conta que se tornou feminista após virar mãe de menina. Já Luciano tem precisado rever até seus códigos com sua parceirinha. “Um que ela já descobriu o quanto manda em mim. Achei que não ia ser tão cedo. Segundo: mulheres jamais as entenderei”, confessa rindo. “Educar os nossos filhos nos obriga a o tempo todo ficar revisitando as nossas opiniões, valores e comportamentos”, avalia de uma forma geral.