Lara Santana para além dos personagens - Mina
 
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A patricinha, o agroboy, o esquerdomacho, o heterotop e a musa fitness: ninguém escapa do humor de Lara Santana

Lara mostra sua personalidade para valer compartilhando histórias sobre TPM, namoro, perrengues e outras situações engraçadas.

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Foi de “vapo” em “vapo” que a capixaba Lara Santana caiu na graça dos adoradores de vídeos curtos na internet. São quase 2 milhões de seguidores no TikTok e Instagram e mais de 35 milhões de curtidas nas suas publicações na rede social chinesa. 

A expressão marcante é de um dos seus personagens mais icônicos, o “Heterotop”, que Lara encarna com um cavanhaque feito de lápis de olho, camisa preta e um sotaque gaúcho carregado. Uma sátira aos hétero tops da vida real. 

Outros estereótipos também ganham espaço nas produções da atriz, como a  patricinha, o agroboy e o esquerdomacho. É muito divertido ver como ela se transforma em uma pessoa totalmente diferente quando transita entre eles, o que rendeu até convites para participar de vídeos do Porta dos Fundos. 

Muito observadora desde criança, Lara brinca com situações do cotidiano que todo mundo passa, o que gera identificação e cativa o público. O quadro “aquela pessoa viciada em…” é um dos grandes sucessos, com vídeos como o da “amiga viciada em ser fitness” e  de “pessoa viciada em falar bora marcar”. 

“A vantagem ser tímida é ser também observadora”

Mas a capixaba também é carismática para além dos personagens. No videocast Coisa de Amiga, que divide com sua amiga Janini Paganini, Lara mostra sua personalidade para valer compartilhando histórias sobre TPM, namoro, perrengues e outras situações engraçadas. No papo a seguir, Lara conta como se mantém a saúde longe dos cancelamentos e as vantagens de ser tímida. 

Antes de começar a postar conteúdo, durante a pandemia, você já pensava em ser influenciadora? 
Eu não tinha muita dimensão do que era ser criadora de conteúdo. Tinha até uma visão distorcida, achava que era uma coisa rasa, mais fácil do que realmente é. Posso dizer que tinha até um certo preconceito e, depois que me arrisquei, vi que era complexo. Algo, de fato,  trabalhoso. É um trabalho, mas também prazeroso. 

Como é seu processo criativo? 
Sempre busco conteúdos que as pessoas vão se identificar, algo pelo qual elas estão passando. Vejo do que estão reclamando, por exemplo. Quando a gente fala de internet, tem que ser um conteúdo compartilhável. Fico atenta a essas reclamações, irritações alheias e crio. Antes de escrever o roteiro, troco ideia com uma amiga, ela também me ajuda a gravar. Parte da edição fica com uma outra pessoa também.

O que tira o bom humor do capixaba?
A gente tem a fama de não ser muito simpático. Encontrar com conhecidos na rua ou chegar no elevador e forçar um diálogo é bem difícil pro capixaba. O pessoal de Minas aqui sofre, porque eles querem visitar, mas, pro capixaba, ir na casa dele sem avisar, ou mesmo pedindo,  é meio sem noção. 

Como foi ser convidada para participar de vídeos do Porta dos Fundos?
Pra mim foi uma honra, o  Porta dos Fundos é um exemplo de empresa e humor, foi um dos pioneiros no YouTube a criar esquete de humor e, antes de criar conteúdo, fiz o curso deles. Me inspiro muito neles e foi engraçado porque, um dia,  estava vendo uma esquete deles, rindo muito e buscando inspiração e, no outro, recebi a mensagem. Eles foram muito solícitos e foi muito legal conhecer os bastidores. O que mais me acrescentou foi estudar na prática. 

Você acabou de ficar noiva, e quase 2 milhões de seguidores acompanharam: como é viver publicamente? 
Eu vou muito do meu feeling do que compartilhar com os seguidores, porque tem coisas que só quero viver e outras que quero viver e compartilhar. E, quando estou com outras pessoas, quero que elas se sintam confortáveis, então pergunto se posso postar ou não. O pedido do casamento mesmo, perguntei para o meu noivo se podia. Quando estou com meus amigos, eu dificilmente posto, porque quero ser eu, e não estou ali para gerar entretenimento. 

Como você lida com a pressão de ter tanta gente te acompanhando? Como cuida da saúde mental? 
Não sinto muito esse peso, porque a gente não tem tanto contato com as pessoas. Só quando saio na rua e pedem pra tirar foto é que vejo o quanto sou conhecida. Tenho uma comunidade que é muito saudável e me mandam sempre comentários muito positivos. Aí tiro prints de comentários legais e guardo numa pastinha pra me relembrar o que me faz bem.

Você não tem haters?
Quase não tenho, sabia? Aparece quando um vídeo meu fura bolha. Sempre clico no perfil da pessoa e, geralmente, nunca é uma pessoa que quero como parte do meu público.  Levo da forma mais leve possível. Criei até um quadro que é “Comentando comentários”, onde comento os comentários mais sem noção e tiro graça disso.

Já foi cancelada? Tem medo de ser cancelada?
Acho que nunca fui cancelada e nem quero ser. Vejo umas pessoas que até provocam, gostam de estar em polêmica… Eu fujo de assuntos polêmicos. Mas se um dia acontecer, quero lidar da melhor forma. 

Quem você gostaria que te seguisse e ainda não te segue? 
Tatá Werneck. Ela não me segue e é uma pessoa que admiro muito na vida real. É  extremamente engraçada, autêntica. 

Qual dos seus personagens você mais ama odiar?
Com certeza, o “heterotop”. O roteiro é que me dá o termômetro, porque vou digitando no ódio. Se estou escrevendo e não tenho um “nossa” de revirar os olhos é porque ainda não tá bom. Tem que estar escroto. A marca registrada deles é o “vapo”. A quantidade de “vapo” que eles falam é infinita e nem precisa ter contexto, porque cabe ali e é sobre isso

Quais as vantagens e desvantagens da timidez?
A vantagem é, com certeza, ser observadora. Em ambientes que não conheço ninguém, fico na minha e observo muito – e isso me ajuda na hora de gerar identificação nos vídeos. A timidez também me ajuda a ser uma boa ouvinte. Já o lado ruim é que, em um ambiente que não conheço ninguém, entro na paranóia de saber o que a pessoa está achando de mim, se deveria ter falado isso ou aquilo… Mas o teatro me tirou essa trava. 

Qual é o segredo para aliviar a raiva? 
Não é muito bem um segredo, mas uma questão de sobrevivência: correr. Comecei  a correr aos 17 anos e já competi na época do ensino médio. Recentemente, tive uma lesão no pé e fiquei umas duas semanas parada. Quase enlouqueci minha mãe. Pra mim, correr melhora em mil por cento a minha saúde mental. 

Por que você decidiu fazer um podcast, depois de ficar conhecida pelos vídeos? 
Sempre ouvi as pessoas falando que queriam ser minhas amigas, por isso gosto de criar minha comunidade. No Instagram, são poucos minutos que aquela pessoa fica com você, e com o podcast, ela passa uma hora te ouvindo. Quero que minha comunidade se sinta minha amiga de verdade. Gravo com uma grande amiga justamente por isso. 

Qual dos produtos que você criou pros vídeos gostaria que existisse?
O aspirador de pó sem barulho, o secador de cabelo sem barulho e uma louça autolimpante. Fico impressionada que a NASA fica se preocupando com coisas desnecessárias, deveria se preocupar com isso. 

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