Dandara Pagu: "Quem vive sem prazer é muito triste" - Mina
 
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Dandara Pagu: “Quem vive sem prazer é muito triste”

Colunista da Mina, a produtora cultural bate um papo super alto astral com Angélica sobre a importância do autoconhecimento tanto para lidar com violências, quanto para sentir mais prazer.

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Para falar da beleza e da autoconfiança da mulher negra, Angélica recebe a nossa maravilhosa colunista Dandara Pagu, que acumula quase 200 mil seguidores nas redes sociais, esteve à frente como mediadora de debates importantes como política, racismo, feminismo no ClubHouse, e é  idealizadora do bloco vacas profanas, em que as mulheres saem com os seios de fora. 

Dandara Pagu é nome artístico e faz referência a duas grandes mulheres da história do Brasil: Dandara dos Palmares e Patrícia Galvão, a Pagu. “Infelizmente, o Dandara vem de uma violência sexual que passei na infância.” Ao entrar em contato com a história da heroína, que preferiu se matar a voltar ser escrava, encontrou forças para romper os abusos. “A coisa que mais me sinto próxima a ela, sem dúvida, é a ideia de ser guerreira, ser livre”, conta. 

“Sempre vai ter alguém que vai mandar você calar a boca, continue falando”

Já Pagu vem do seu lado subversivo, que reflete bem no bloco que idealizou. Após ser abordada de forma violenta por um policial por estar com os seios à mostra no carnaval de Olinda, decidiu reunir outras mulheres na mesma situação para clamar por liberdade – e desde 2015 o Vacas Profanas desfila na cidade recifense, sempre com mulheres de peito de fora. 

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Ativa na militância, Dandara conta que a adolescência participando do Movimento Negro Unificado contribuiu para que ela tivesse uma visão clara sobre a vivência de ser uma pessoa preta, mulher, nordestina. Isso a fortaleceu muito, mas não a livrou de sofrer violências. A terapia veio para fortalecer ainda mais essa autoestima e entender que haveria um lugar seguro para se abrir, assim como ler outras mulheres pretas. Um aprendizado que tirou com Bell Hooks foi: “Sempre vai ter alguém que vai mandar você calar a boca, continue falando. Uma hora alguém vai te ouvir, insista.”

“É muito importante você conhecer o seu corpo para, inclusive, gostar dele”

Nas redes sociais, nossa colunista também fala sobre prazer feminino. “Quem vive sem prazer é muito triste. A gente já tem tanto boleto para pagar, tanta coisa pra resolver na vida adulta”, diz. Dandara relembra quando deu um chamado em uma amiga que dizia que não se masturbava porque transar com o marido já era ótimo. “É muito importante você conhecer o seu corpo para, inclusive, gostar dele”. Além disso, entender o que te excita e faz bem, também melhora o momento a dois.

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