Menopausa e maturidade: ressignificando o envelhecimento da mulher - Mina
 
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A menopausa é muito mais do que um monte de sintomas

Está na hora de mudar o foco: não pergunte o que você pode fazer pela menopausa, mas o que a menopausa pode fazer por você

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Você se lembra de ouvir sua mãe, tias e avós falando sobre o climatério ou a menopausa? Eu jamais escutei minha mãe se referir aos seus sintomas, era de fato um enorme tabu. Isso porque assumir a chegada dessa fase era praticamente como assinar um atestado de velhice, o que, por muito tempo, foi considerado algo terrível para as mulheres. Quando palavras como “etarismo” ainda não faziam parte da nossa vida, a menopausa era vista como uma espécie de fim.

E mesmo depois que essa visão já tinha sido em parte superada, a informação custou a circular. Me lembro que nos meus 48 anos, e ainda sem sinal do climatério, tive uma primeira conversa com uma amiga sobre o tema. “Nossa, e esse negócio de menopausa, hein? Eu não sei nada”. Ainda bem que nesses últimos seis anos o climatério saiu do armário e contamos com aliados para que o processo de envelhecimento da mulher seja natural e respeitoso. 

Foi por isso que Botik me convidou para escrever esse texto. Referência em maturidade, a marca nos dá a mão para tratar profundamente a pele nesta fase de climatério e menopausa ao mesmo tempo em que, juntas, combatemos o etarismo que acompanha esse processo. A ideia não é que a gente rejuvenesça, mas que tiremos o melhor do nosso envelhecimento nesse mundo onde “velha” já não é mais palavrão.

O cenário mudou tanto que arrisco dizer que já podemos até subverter algumas coisas e, ao invés de agir como se estivéssemos prestes a enfrentar uma guerra contra nós mesmas, podemos começar a refletir sobre o que menopausa pode fazer por nós. 

Para quem está chegando agora nesse assunto, pode até parecer difícil acreditar, mas a verdade é que essa fase também nos traz coisas boas. Pra começar, tem a parte prática: paramos de menstruar. E isso é maravilhoso! 

Depois, tem o fato de que com as alterações hormonais, de humor e no corpo, a gente passa a prestar mais atenção em nós mesmas. Por exemplo: como exames periódicos são imprescindíveis, sabemos exatamente o que acontece com o nosso corpo e aprendemos como cuidar dele. E assim, de repente, o que antes parecia um fardo, começa a ter exatamente o efeito contrário: cada bom índice é comemorado e a sensação é indescritível. Por outro lado, dá um conforto saber que taxas não satisfatórias têm solução e que é hora de assumir o controle da nossa vida, optando pelo melhor tratamento. Afinal, o que a gente quer é viver. Mais e melhor.

A menopausa também vem acompanhada de algo preciosíssimo para mulheres que vivem sob a pesada pressão estética e social: a maturidade. Com ela vem a segurança de saber quem somos, o que queremos e o que não aceitamos mais. E ver que as inseguranças, que antes eram um grande fantasma, não nos assombram tanto, é libertador. Conseguimos enfrentar situações desafiadoras com uma calma que antes parecia impossível.

Outra coisa? Liberdade! E falo de uma liberdade onde damos permissão a nós mesmas para sermos quem sempre quisemos ser ou já fomos um dia. No caso das mulheres negras, posso dizer que são várias as que encontram essa libertação na maturidade. Finalmente nos sentimos mais seguras, mais livres e nos libertamos de expectativas e cobranças que nunca foram nossas, como ter o cabelo X e o corpo Y. 

Ao contrário das mais jovens, para mulheres pretas da minha e de gerações anteriores, o resgate da autoestima, de se ver bonita, poderosa e não invisível chega mais tarde. Temos uma ligação ancestral com a música, o samba e a religiosidade que também ajuda nesse processo. Vejo isso de perto, com minhas tias, que depois de uma certa idade se arrumam, vão para o samba e se divertem como se não houvesse amanhã. Isso, independente de serem mães, casadas, separadas ou viúvas. É muito potente e acredite: muda tudo.

Se a menopausa vem com o envelhecimento da mulher e com a maturidade, o desafio está em enxergar que essa fase da vida é muito mais do que só um monte de sintomas. É uma porta de entrada para uma versão 5.0 de nós mesmas.

Pra quem está se perguntando: “Tá, mas e as rugas? E o corpo que muda completamente, trazendo inclusive aquela barriga que nunca esteve aqui? As alterações de humor?”.  Felizmente, pra tudo isso, a ciência, a medicina e a indústria da beleza tem respostas tão diversas quanto eficientes. Existe um exército que nos ajuda a atravessar esse processo da melhor maneira possível. Claro que não é sobre negar as mudanças do corpo ou querer parar o tempo, mas se a gente deixar a maturidade agir, vamos cada vez com mais paz abraçar tudo e seguir em frente com potência.Não estamos no fim de nada, mas, sim, no começo de uma nova era. “Envelhecer é um processo extraordinário em que você se torna a pessoa que você sempre deveria ter sido”. David Bowie nunca esteve tão certo.

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