Você já chegou em um ambiente, sentiu um aroma gostoso no ar e, em alguns minutos, ficou mais calmo ou mais animado? A explicação está na prática milenar conhecida como aromaterapia. Muito mais do que um cheirinho para perfumar o espaço, os óleos essenciais são poderosíssimos e inclusive impactam na nossa saúde mental.
Tudo começa nos óleos concentrados extraídos de plantas, folhas e frutos. A aromaterapia é uma técnica que estuda essas substâncias de forma a orientar seu uso na gestão das emoções e também como uma maneira de influenciar as sensações físicas, podendo provocar mais relaxamento ou aumentar nossa disposição, por exemplo. “É uma terapia por meio dos cheiros, complementar ao tratamento médico ou psicológico”, explica a aromaterapeuta Jaqueline Almeida, atuante em Salvador. Por isso, a consultoria de um especialista da área é recomendada.
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Mas como isso acontece no corpo humano? “Os óleos vão atuar com suas moléculas em toda nossa estrutura olfativa. Quando um óleo é inalado, o cérebro atende aquele estímulo”, diz Ana Claudia Pinheiro, aromaterapeuta atuante em São Paulo. Uma comunicação direta, portanto, entre o nosso olfato e o sistema nervoso. Pesquisas mostram que os cheiros influenciam profundamente nosso corpo – que tem milhares de receptores olfatórios. “Cada óleo vai atuar de uma maneira. O óleo de lavanda, por exemplo, é muito rico em linalol e cineol, que são duas moléculas responsáveis pelo relaxamento; o nosso cérebro recepta o odor e atende a esse efeito”, explica a especialista.
“Quando o perfume do óleo é inalado, o cérebro atende aquele estímulo”
A prática tem origem no Egito antigo: “não era utilizada da maneira como a conhecemos hoje. Mas a aromaterapia existe em documentos sobre a Cleópatra, quando ela tomava banhos com ervas perfumadas”, diz Ana Claudia.
Os óleos podem alcançar resultados de forma rápida, mesmo sendo usados em pequenas quantidades. Apenas uma ou duas gotas já são suficientes para surtir o efeito. Ana Cláudia conta que tem pacientes que conseguiram diminuir a dosagem de medicamentos para o tratamento de insônia, reduzindo, assim, os efeitos colaterais dos fármacos.
Segundo Jaqueline, a melhor forma de obter os efeitos do óleo é fazendo a inalação, que pode ser feita de alguns modos. “A pessoa pode pingar uma gota em um pedaço de algodão ou lenço, colocar em colares difusores ou em um aromatizador de ambiente”, diz.
Para quem pensa que não há cuidados a se tomar, a especialista faz um alerta. “Os óleos dermocausticos e cítricos têm que ter atenção quando usados na pele. Cada pele é uma pele, e a melhor forma de usar esse tipo de óleo é diluída em água”, afirma Jaqueline.
Outra recomendação é para grupos mais sensíveis ou que possuem comorbidades. “Gestantes, idosos, crianças, ou pessoas com pressão alta, por exemplo, têm que ter certos cuidados e entender quais óleos são indicados para cada caso”, reforça Ana Claudia.
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As aromaterapeutas compartilharam quais são os cinco mais tradicionais do mercado e que também levam o posto de queridinhos. Bora pra lista!
1 – Lavanda
Esse com certeza é o campeão, por ter um ótimo custo benefício e tem menos riscos de causar alergias. Ele vai te deixar calminho, pronto para dormir e descansar.
2 – Hortelã Pimenta
Quem não quer aquela ajuda no foco para finalizar uma tarefa ou ter uma maior produtividade? Esse óleo é que te ajuda exatamente nisso, ao mesmo tempo que acalma, além de diminuir a ansiedade.
3 – Alecrim
O queridinho dos estudantes, o óleo estimula o sistema nervoso e melhora o raciocínio e a concentração.
4 – Bergamota
O óleo que dá aquela ajuda nas questões emocionais, por ser calmante. A longo prazo, também pode ajudar a evitar crises de ansiedade.
5 – Gerânio
Ajuda nos hormônios femininos para quem sofre com sintomas da menstruação, além de ajudar a reduzir os calores da menopausa. E para todos que querem usar sem o objetivo citado acima, o óleo tem o poder de despertar o amor fraterno.