Como viver mais e melhor? Lygia da Veiga Pereira explica
Angélica recebe a doutora em genética molecular para falar sobre como a ciência contribui para a longevidade e o envelhecimento saudável
Todo mundo quer viver muito, mas ninguém quer ficar velho. Será que isso um dia vai ser possível? A expectativa do Brasil é de 76 anos de idade, bem longe do Japão, recordista mundial, que é de 88 anos. E a pergunta que não quer calar é: como chegar lá com saúde e disposição? Para falar sobre esse assunto, Angélica recebe uma das mais brilhantes cientistas do país, a geneticista Lygia da Veiga Pereira. Ela é doutora em em genética molecular, pesquisadora e professora na USP e lidera o projeto DNA do Brasil, que vem mapeando o gene dos brasileiros.
A busca intensa por procedimentos estéticos que compensam o envelhecimento da pele deixa claro o desejo coletivo de uma juventude eterna. Fica a dúvida se os avanços da genética vão conseguir evitar o envelhecimento do corpo de uma forma geral. “A gente já vem melhorando demais não só a longevidade, mas a qualidade de vida”, destaca Lygia. Entendendo melhor como os nossos genes funcionam, fica mais fácil melhorar os nossos hábitos para tirar o melhor deles. “Não tenho ainda o poder de mudar a minha genética, mas tenho o poder de mudar o meu meio ambiente”, ressalta Lygia.
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A pessoa mais velha já registrada chegou aos 122 anos e paira no ar se há um limite de tempo para o ser humano viver ou se podemos encontrar formas de ir cada vez mais além. A geneticista explica que os cientistas se dividem em relação a isso. “O fato é que, com o avanço da ciência, a gente já estendeu para burro. Saneamento, água e esgoto, o aparecimento dos antibióticos… E agora a gente quer coisas ainda mais sofisticadas”, pontua. Lygia conta que a resposta para uma medicina mais avançada está no nosso DNA, já que ele contém a receita da formação do de um ser humano.
“A juventude é um estado de espírito, mas é preciso ter um corpo saudável para se dar ao luxo de ter ele”
Tão imersa no assunto de longevidade, Lydia confessa que, assim como qualquer outra pessoa, está em negação com o envelhecimento. Ela evita pensar no assunto, mas quando surgem dores no ombro fica impossível fugir. “Acho que a juventude é um estado de espírito, mas é preciso ter um corpo saudável para se dar ao luxo de ter ele.” Casada com um cirurgião plástico, ela conta que tenta não entrar na neura para fazer ajustes no corpo. “Acho que o último assunto que ele quer ouvir é se eu deveria fazer alguma coisa. Então eu sigo investindo no conteúdo”, brinca.