Se não é  bênção, é lição - Mina
 
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Se não é  bênção, é lição

Nossa colunista Carol Dieckmann coloca o ano na balança e inspira quem também passou por transformações, desafios e apertos no coração

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Fim de ano, hora de botar a vida na balança… 

O que fica, o que sobra e o que não se quer mais de jeito algum… Pessoas, coisas, situações. Nada pode faltar nessa lista, afinal, todo mundo quer que o próximo ano seja melhor, né?

Mais uma vez, esse momento chega com cara de rolo compressor, atropelando as coisas que deixei pra última hora, (no caso, tudo) porque terminei um trabalho ontem, de modo que não me resta tempo nem pra lamentar… E ainda bem. . Reclamar saiu da minha lista faz tempo. No mesmo dia em que me dei conta  que o que não tem remédio, remediado está.

Fiz a melhor coisa que eu podia com essa liberdade recém conquistada

Esse ano começou muito diferente; eu estava me sentindo um peixe fora d’água, prestes a viver mudanças estruturais acomodadas e normalizadas pelos mais de trinta anos em que fui funcionária de uma mesma empresa, que me deu as maiores alegrias, sim, mas também ditou meus dias até ali. É muito forte ser dona do seu tempo e das suas decisões. Pra quem nunca foi, acredite, é imenso.

Mas ao chegar aqui, tô feliz à beça. Penso que fiz a melhor coisa que eu podia com essa liberdade recém conquistada. Fiz viagens. Fiz filmes. E fiz uma grande faxina. Ser dona do meu tempo me fez dona de outras coisas. Ser dona das minhas decisões me fez dona de mim. E eu não sei como vivi tanto tempo sem ser essa “EU” que sou agora. Fiz amizades e parcerias com jeito de vida toda. (Anne, Rosane, Carol, Beta, Bia, Lafa… essa é pra vocês) 

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Mas também mudei gente de prateleira; se por um lado não faz mais sentido como amiga, por outro cabe como uma luva na caixinha de colega… e tudo bem. 

Senti saudade do meu filho mais velho como nunca; ele se torna – a cada dia – um cara mais legal, e eu sofro de não ver isso de perto. Choro baixinho, quase com vergonha,  porque aqui, a alegria é sempre maior que a dor. E já estou até sentindo saudade antecipada do meu filho mais novo, porque daqui uns meses, vai ser ele a voar. E ele é tão presente, companheiro, perfeito, que fico com os olhos marejados só de escrever isso. 

Li uma frase esses dias que arrancou um pedaço de mim: “A parte triste da maternidade é que você está criando a única coisa sem a qual não consegue viver, para que ela possa viver sem você.” É assim mesmo. E nada pra reclamar, viu?

Por fim, neste 20 de dezembro, sentada numa cadeira do cabeleireiro pra hidratar os fios consumidos por tanta transformação a base de química (mas que me torna capaz de ser tantas e de contar as histórias de outras mulheres), termino meu texto, com saudade do meu marido que eu pouco vi esse mês, mas com quem quero viver para vida toda. 

E, claro, rezando pra preta se recuperar logo da cirurgia, porque esse ano também me trouxe ainda mais certeza de que eu tenho a melhor amiga do mundo. 

Feliz 25, moçada. Vai dar bom, boto fé… beijo!

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