Envelhecer. Taí uma palavra evitada por muitos e muitos anos, principalmente no universo feminino. Mas hoje, o que já teve cara de errado ou de “carta fora do baralho” ganha ares de liberdade e desinibição. Falamos de menopausa e como se preparar para a sua chegada. Encaramos a musculação não na linha do “tá pago”, mas sim do “tá investido”, para ter qualidade de vida e independência. E como símbolo dessa mudança de paradigma que nos ensina a valorizar a maturidade e a sabedoria está a escolha por deixar os fios naturais, assumindo o branco empoderado, brilhante e moderno.
“Vejo muita beleza nas grisalhas, fui construindo esse conceito, me cercando de imagens inspiradoras”
Se você ainda não viu beleza nesses temas é porque estão faltando boas referências, é o que afirma a escritora Camila Balthazar, 39 anos, autora do livro Sem Tinta – Conversas sobre cabelo branco e liberdade de escolha, da editora Paraquedas. “Eu vejo muita beleza nas grisalhas, mas fui construindo esse conceito em mim, mudando meu olhar e me cercando de imagens com livros, filmes, pessoas, seguindo contas no Instagram”. Camila conta que começou a ficar grisalha antes dos 30. Na maioria das vezes que a canície (nome dado ao embranquecimento dos fios) acontece precocemente é por fatores genéticos, estresse muito elevado ou doenças autoimunes. E não é nada incomum: de acordo com um estudo da British Journal of Dermatology, 23% da população mundial tem 50% de cabelos brancos aos 50 anos. E se a gente não estava muito consciente disso, foi porque as mulheres passaram muitos anos tingindo os fios.
A nova geração tem sido fundamental para mudar esse cenário. A jornalista Mari Di Pilla teve os primeiros fios brancos aos 18, se livrou das tintas aos 29 e, hoje, é uma grisalha feliz de 37 anos. Ela fez sua transição acompanhada de seu cabeleireiro e enfrentou altos e baixos. “Eu pensava várias vezes em pintar, daí resolvia aguentar mais 2 meses, depois passava hena e voltava pra estaca zero. Não foi fácil”, diz ela, que ainda tinha que enfrentar as pessoas perguntando se ela estava grávida. “Fora as pessoas que conversavam comigo só olhando pro cabelo”, diz. E logo completa: “A transição não acaba nunca. Ela é uma escolha diária que faço”.
“Meu único cuidado especial é usar o shampoo para cabelo branco. Aquele roxinho, sabe?”
A transição (ou passagem) é citada pelas mulheres que assumem os brancos como um período importante. “A gente só sabe mesmo a nova cor do cabelo, se é mais cinza, mais branco, mais brilhante, mais opaco, depois de pelo menos 1 ano de espera, então é de fato uma passagem de um lugar pro outro”, afirma Camila Balthazar. “É muito difícil uma mulher que passa pela transição não mudar sua visão sobre o mundo, sua forma de julgar e aceitar os outros e a si mesma”, diz. Tanto ela quanto Mari afirmam sentir a força de incentivar outras mulheres a escolher esse caminho lindo e libertador. “Ainda existe julgamento de parte das pessoas. Mas me vejo como modelo para algumas mulheres e isso é empoderador”, afirma Mari.
Como fazer a transição
Existem muitas opções: cortar curtinho, ir deixando crescer, descolorir os fios ou até raspar a cabeça. Qualquer que seja o caminho, é sempre legal estar acompanhada de um profissional. “A textura do cabelo muda completamente e isso levou um tempo para eu absorver e aprender a lidar”, diz Mari. Para Camila, não teve mistério, o mais difícil era mesmo lidar com o olhar das outras pessoas, mas a partir do momento que sua visão se transformou, nada mais foi impeditivo. “Diminui muito minhas horas de salão, mas eu ainda cuido do cabelo normalmente, faço hidratação, uso máscara e lavo com shampoo para não amarelar”. Chama shampoo matizante.
E aqui, a melhor dica é usar o Shampoo Matizante em barra da B.O.B, que é muito mais sustentável (zero plástico), fácil de levar em viagens e ainda hidrata e dá brilho. “Meu único cuidado especial é usar o shampoo para cabelo branco. Aquele roxinho, sabe?”, revela Mari. Para quem não sabe, são os pigmentos roxos, que dão cor ao shampoo, que ajudam a neutralizar o tom amarelado nos fios que já sofreram com a oxidação.
Para quem está pensando em fazer a transição, outra dica: tudo fica mais fácil com apoio, seja em casa e no trabalho, então fale, siga, veja e admire as grisalhas. Referência, identificação e senso de pertencimento fazem muita diferença.