Networking: como melhorar sua rede de contatos - Mina
 
Seu Trabalho / Reportagem

Interesseira, cara de pau ou apenas boa de networking?

Construir uma boa rede de contatos pode ser o diferencial na sua carreira. Aqui algumas dicas para deixar o constrangimento de lado e ir atrás de novas conexões.

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Vamos para mais um dia na vida da mulher trabalhadora brasileira e o assunto de hoje é: networking – que basicamente é estabelecer relações de conexão e troca em nome do trabalho e da carreira. Nas mentorias que conduzo, percebo o quanto as mulheres têm vergonha ou medo de exercer o networking por receio de parecerem interesseiras ou falsas. 

Os dados corroboram. Segundo uma pesquisa do GEM (Global Entrepeunership Monitor), a mulher brasileira é a que menos faz networking no mundo. Por que será que ficamos desconfortáveis quando deixamos explícito nossos interesses de carreira? Refleti bastante sobre as possíveis origens desse sentimento e tenho três motivos: 

1) A presença reduzida das mulheres no mundo corporativo gera desconforto e insegurança. Na prática, as regras do jogo ainda são masculinas. São eles quem determinam quem participa de reuniões e projetos e, muitas vezes, deixam as figuras femininas de lado;

2) A falta de tempo também nos prejudica, já que a sociedade deixa nas nossas mãos a economia do cuidado, o que afeta especialmente as mães. O suporte dos parceiros e familiares, muitas vezes, não é suficiente;

3) A baixa presença de modelos femininos em cargos de poder limita nossas referências e inspirações.

 Se você quer ajuda, ofereça algo em troca primeiro

Entendo que parece assustador ou coisa de gente oportunista. Mas a verdade é que ter um bom networking pode fazer toda a diferença no seu futuro profissional. Para se ter ideia, uma pesquisa divulgada no blog do LinkedIn mostra que mais de 70% dos profissionais são contratados em empresas onde eles já têm uma conexão. Outra pesquisa da plataforma aponta que os homens se candidatam a vagas apenas com 60% dos requisitos, já nós só nos candidatamos somente quando atendemos 100%. 

Tá, agora que te convenci sobre a importância do networking (convenci, né?), por onde começar? Tenho algumas dicas. Vem comigo!

Comece enquanto está empregada

Muita gente deixa pra correr atrás de networking quando perde o emprego. Sinto avisar, mas a vida não é justa e construir relações leva tempo. Dificilmente alguém ocupado e interessante vai parar pra te ajudar do nada se você já não tiver construído uma relação anterior com essa pessoa.

Dê antes de receber 

Abordagens diretas e frias não costumam funcionar. Se você quer ajuda, ofereça algo em troca primeiro. Abordar “a seco” aquela pessoa famosa do LinkedIn, do nada, não vai adiantar. Veja se vocês têm conexões em comum, compartilhe conhecimentos ou ofereça parcerias. Se estiver trabalhando em uma empresa grande ou famosa, use o nome da empresa como forma de abrir caminhos.

Planeje estrategicamente 

Busque qualidade, não quantidade. Saia da sua bolha. Conecte-se com pessoas que estão em redes diferentes, vá a eventos e lugares menos óbvios e mantenha seu foco. O que você espera desses contatos? Que caminhos pretende percorrer? Como você e essa pessoa podem construir algo juntas?

Talvez  enviar uma mensagem de texto seja mais fácil do que marcar direto um papo

Cuide da sua timidez

O mundo do trabalho não é muito legal com as pessoas tímidas, eu sei. Mas ninguém se importa mais com sua carreira do que você, então respire fundo e comece aos poucos. Talvez  enviar uma mensagem de texto seja mais fácil do que marcar direto um papo. Experimente. Fuja de grandes eventos, tente marcar um cafezinho ou almoço. Encontros menores e mais discretos podem dar mais resultado.

Lute com a síndrome da impostora

Desde que ouvi o discurso da Reshma Saujani, CEO da Moms First, em que ela afirma que a síndrome da impostora não é uma síndrome e, sim, um esquema,  mudei radicalmente a minha visão sobre o tema. Sabia que existe uma estrutura de trabalho que deseja que você continue acreditando que não é boa o suficiente? Sim, é isso que ela defende no discurso (lembra do dado lá de cima sobre homens se candidatando a vagas?). 

Então depois de tudo isso,  preciso que você acredite mais em você. Mesmo que ache que ainda não está pronta, trate de levantar e fazer seu networking. O mundo lá fora está cheio de pessoas incríveis esperando para nos ajudar e aprender conosco também. O networking é um ato genuíno, que pode nos levar a lugares incríveis na nossa trajetória profissional. Então, bora se conectar, sem medo de ser feliz.

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