Laila Zaid: “Bom humor é fundamental para falar sobre sustentabilidade”  - Mina
 
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Laila Zaid: “Bom humor é fundamental para falar sobre sustentabilidade” 

A atriz relembra que a causa ambiental esteve presente da sua vida desde a infância, conta qual seu maior arrependimento ambiental e revela o que falaria para Greta Thunberg

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Com mais de 300 mil seguidores no Instagram, a atriz e comunicacora socioambiental, Laila Zaid usa do bom humor para conscientizar a galera sobre a importância de cuidar do planeta com pequenas atitudes do cotidiano. 

Conhecida da TV, onde marcou gerações em Malhação, Laila confessa que não é a chata do rolê em ficar puxando os temas ambientais, mas que quando um bar só oferece copos de plástico ela dá um toque no gerente e invariavelmente, acaba tendo embates com a mãe por causa dos netos. Os maiores problemas são o excesso de brinquedos de plástico e os ultraprocessados. 

Numa entrevista divertida, a atriz conta como virou ativista, o que falaria para a ativista Greta Thunberg e qual foi seu maior arrependimento ambiental. Confira a seguir. 

Você estourou como atriz em Malhação. Como é fazer parte da memória afetiva de toda uma geração? Têm vinte anos e até hoje sou lembrada por essa personagem. Volta e meia me pego pensando nisso e hoje vejo que é um lugar de carinho na memória das pessoas. Daí, uso dessa influência para impactar elas. Na época foi delicado porque foi meu primeiro trabalho na TV, dos 18 aos 22 anos, e até então, eu nunca tinha me organizado para ser atriz.  Acabou que desenvolvi uma ansiedade, mas com o passar do tempo, fui delimitando limites e as pessoas passaram a ser mais respeitosas. 

Se o microplástico fosse uma pessoa, o que você diria pra ela?
Difícil personificar algo que não é uma persona, mas acho que diria: “não chega perto de mim e nem da minha família e fica quietinho! A gente gostaria que você não existisse”. 

Como é ser a única pessoa que calcula quantos plásticos tem no bar?
Uma vez que você ganha essa compreensão, não dá para não pensar, mas fico quieta porque não quero ser a chata do rolê. Quer dizer, menos quando  vejo que está todo mundo bebendo em copo descartável, daí não aguento e dou um toque no gerente. 

Qual a pior treta que você já teve com alguém que amava por causa da questão ambiental?
A única pessoa que tenho treta é a minha mãe, porque meus amigos são bem conscientes. Com ela é diferente, porque tem a questão dos meus filhos, ela compra vários brinquedos de plástico. Sei que ela é de outra geração, mas fico p* da vida. Tem também a questão da alimentação, tentamos não ter muita regra,  mas falamos para ela encarar como uma religião, sabe? Não entupir as crianças de ultraprocessados e ponto. 

Qual a maior dificuldade em ser uma mãe “ecochata”?
Minha dificuldade mesmo é ser minoria. Agora eles estão em um colégio onde, infelizmente, esse olhar para a infância é só da minoria. E aí, como você banca uma lancheira sem ultraprocessados? Em festa infantil, ensino eles sobre o problema de alguns alimentos comuns, como salsicha e nuggets, mas não posso proibir se não causo outras dores neles. É complexo.

Qual seu maior arrependimento ambiental? 
Purpurina! Devo ter me intoxicado muito com essa bagaça durante o carnaval.  Também penso que eu deveria ter parado de comer carne antes. Ah, e uma dor ainda muito constante é o quanto ando de avião… Uma liberação de carbono enorme e disso, não tenho como me livrar. 

Como se deu seu debut no mundo do cuidado com o meio ambiente? 
Quando tinha uns oito anos, teve aqui no Rio um evento de sustentabilidade, lembro que entrei no navio do Greenpeace, vi pessoas que lutavam pela natureza e pensei:  “que quero estar nesse time”. Depois, quando comecei a acampar, percebi o quanto eu precisava de pouco para viver. Teve uma grande amiga que foi minha musa inspiradora para pensar nessas novas possibilidades também e quando me vi, já estava totalmente imersa. Comecei a entender que é um propósito de vida, que posso usar minhas redes sociais para inspirar as pessoas. E depois, quando engravidei, comecei a estudar ainda mais. 

O bom humor para falar sobre sustentabilidade é…. 
Fundamental porque a pauta é chata, o assunto é duro.  Tenho essa coisa do humor, acho gostoso e uso ele para lidar com a vida. O humor faz com que a coisa chegue mais macia. 

 Algo sustentável e que vale o investimento para ter mais conforto.
Coleta de resíduos orgânicos da minha casa. Eles me dão um balde que coloco os dejetos orgânicos, eles buscam e depois me trazem em adubo. 

Você tem haters? C Como você lida com eles?
O Instagram é uma rede amorosa, meus haters vem de um lugar político e isso não me abala. Agora, comentários que são pertinentes e me fazem ver, por exemplo, que deixei meu conteúdo muito elitizado, acho muito bom. Gosto de crítica construtiva. 

Se você sentasse num bar com a Greta Thunberg, como começaria a conversa?
Eu diria “Greta, muito obrigada, Você é foda! Vamos pensar juntas como engajar a juventude brasileira”. Depois eu falaria “quer ser minha amiga?”  Ela entendeu tudo muito cedo. 

Qual a agressão mais comum que geral comete contra o meio ambiente que te deixa passada?
Ah, tem vários níveis: quando a pessoa joga qualquer tipo de resíduo na água como se ela fosse uma lixeira. Quando as pessoas usam sacola plástica no mercado, pelo amor de deus, estamos em 2023. E acho muito bizarro, meio pré-histórico quem ainda faz caça de animais. Mas a maioria das minhas revoltas são em níveis institucionais, quando vejo a construção civil  em área de preservação ambiental, por exemplo.

Uma coisa que te tocou nos últimos tempos.
Outro dia eu estava no restaurante, passou um senhor por nós, ele contou que era avô e disse que meus filhos eram maravilhosos. Isso porque eles não estavam com telas. Ele não sabe o quanto me fez bem. 

Uma coisa que você ama odiar. 
Amo odiar queijo, eu amo, mas queria mesmo comer menos. Ontem comi uma pizza, e sempre penso que não dá pra ter muito radicalismos se não a gente adoece. 

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