Sentar ou não sentar no banheiro público: eis a questão. Por medo de pegar alguma infecção, a maioria das mulheres prefere fazer malabarismos na hora de fazer xixi fora de casa. Nem na privada protegida por papel higiênico confiam! Porém, uma voz dissonante trouxe notícias científicas: recentemente a bióloga Mari Krüger jogou luz nesse mito popular e revelou que é muito mais prejudicial para a saúde ficar nessa posição de cadeirinha isométrica do que limpar o vaso e se sentar.
“Se todo mundo sentar, ninguém precisa não sentar”
“Ao ficar se equilibrando, a gente não consegue esvaziar a urina até o fim, o assoalho pélvico não relaxa, acumulando xixi ali dentro e isso, sim, vai gerar um ambiente perfeito para a proliferação de bactérias”, alerta a especialista. Por outro lado, as chances dos microorganismos causarem uma doença quando sentamos no vaso é quase zero. O contato direto é com a pele da coxa e não com a mucosa vaginal. “Quando a gente fala de alergias ou fungos, sentar no banheiro público é o mesmo riso de sentar numa cadeira de praia ou no ônibus.”
O importante é sempre secar o vaso, não estar com a pele da coxa machucada e, ao final de tudo, lavar bem as mãos. Mari destaca também que “se todo mundo sentar, ninguém precisa não sentar” já que o vaso nunca estará todo molhado de urina. A exceção fica com o banheiro químico, que raramente é higienizado e quase nunca tem papel. Nesse caso, sim, é melhor praticar malabarismos.
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Nem todo mundo concorda
Alguns especialistas discordam da bióloga. Nesta reportagem do Viva Bem os infectologistas afirmam que ao usar um sanitário público, é melhor não encostar no vaso. “Pode haver resquícios de urina, fezes e até sangue, que nem sempre estão visíveis. A superfície do assento e a tampa do vaso costumam ser locais com alta concentração microbiológica. O vaso sanitário pode parecer íntegro, mas nem sempre dá para notar pequenas rachaduras ou trincas na sua superfície, que podem virar um depósito de microrganismos. Para sentar no vaso, existem soluções práticas, como protetores portáteis, impermeáveis e descartáveis, que conferem proteção extra”, diz o texto da reportagem embasada por três especialistas.
“Existem outros locais no banheiro que podem estar tão contaminados quanto o assento”
Porém, no mesmo texto há uma outra informação interessante e que deixa uma pulga atrás da orelha: no banheiro existem outros locais tão sujos quanto o vaso! “A tampa do vaso, a maçaneta da porta, as torneiras e os sabonetes em barra podem estar tão contaminados quanto o assento. Toalhas de pano, em locais públicos, também funcionam como um depósito de microrganismos”. A gente não sabe se desencana ou se apavora de vez.
Para a turma do nojo e da hipocondria, um alento, uma pesquisa da Science Alert, publicada pela Veja, mostrou que a chance de pegar uma doença no banheiro público existe, mas é muito pequena. Ufa. “A maioria das doenças intestinais envolve a transferência de bactérias por meio da contaminação fecal das mãos, alimentos e superfícies levadas até as mucosas de olhos, nariz ou boca”, o que corrobora a teoria da bióloga Mari Krüger.