E agora, será que é intoxicação alimentar ou virose? - Mina
 
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Dor de estômago, vômito, diarréia e um mal estar chato que não passa por nada. Já reparou que quando a gente se sente assim logo pensa que é virose? Mas é preciso estar atenta, esses sintomas são também de intoxicação alimentar.

“A virose, ou gastroenterite viral, é causada por um vírus, como o adenovírus e o rotavírus, e é adquirida pelo contato com uma pessoa doente. No caso da intoxicação alimentar, o problema ocorre pela ingestão de um alimento contaminado por bactérias ou fungos que se multiplicaram em alimentos mal conservados. Ela tende a ser mais precoce (horas após a ingestão) e ter uma duração mais curta, mas pode evoluir para algo mais grave. Tudo depende do organismo”, explica a médica de família Ana Maria Sant’Ana, da Clínica Tempo.

A desidratação é uma complicação possível em ambos os casos

Os sintomas são praticamente idênticos: náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, febre, calafrios e dor muscular. Fica fácil se confundir, mas dá para perceber alguns sinais. Na virose intestinal, as fezes são mais pastosas e a febre mais baixa, pode haver tosse e dor de garganta. Já na intoxicação alimentar, as fezes são mais aquosas e a febre bastante elevada, podendo durar alguns dias. Em casos mais graves, como o da contaminação pela bactéria causadora do botulismo, pode acontecer até paralisia da musculatura respiratória.

Como tratar virose ou intoxicação alimentar?

A grande maioria dos casos costuma ser leve. O mais importante quando começar a se sentir mal é tomar bastante água e descansar. A desidratação é uma complicação possível em ambos os casos. Se os sintomas forem leves, é provável que seja um quadro simples, que dê para se cuidar em casa. Nesses casos, a médica explica que a diferenciação não tem tanta importância, já que tanto a virose quanto a intoxicação alimentar melhoram espontaneamente depois de poucos dias. O mais importante é fazer repouso e se hidratar bem. Muita água, isotônicos e água de coco, além do soro caseiro, sempre muito eficaz e acessível – para cada litro de água (fervida, já fria), uma colher de sal para uma colher de sopa de açúcar. Em casos severos de intoxicação alimentar, antibióticos podem ser indicados. Crianças, gestantes, idosos e pessoas com outras doenças pré-existentes devem ter atenção redobrada.

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Se houver um grande desconforto, consultar um médico pode ajudar a aliviar os incômodos desagradáveis e a tirar dúvidas a respeito do caso. Os sintomas que pedem mais atenção são: sangue ou pus nas fezes, diarreia que se estende por mais de três dias, febre muito alta (maior que 38.8º em adultos ou 38.3 em crianças), muita fraqueza e sede excessiva. Aí é essencial consultar um médico – clínico geral, médico da família ou gastroenterologista – ou até mesmo procurar um serviço de Pronto Atendimento. “Na grande maioria dos casos o tratamento, quando necessita de médico, pode ser feito no nível ambulatorial, não necessitando hospitalização”, explica Ana Maria.

No inverno e no outono as viroses são mais frequentes. Ambientes fechados facilitam a transmissão de vírus

Apesar da maioria dos casos de virose e intoxicação alimentar serem leves, ninguém quer se sentir mal. E a boa notícia é que dá para se cuidar e prevenir. No caso da intoxicação alimentar, o cuidado deve ser com a higiene, preparo e conservação dos alimentos. O consumo de carne e ovos mal cozidos deve ser evitado, assim como bebidas não pasteurizadas. E também é fundamental evitar a contaminação cruzada, separando carnes cruas de outros alimentos. Já em relação à gastroenterite viral, existe vacina disponível para rotavírus, aplicada em bebês, no primeiro ano de vida. E, quando alguém for infectado por um vírus intestinal, deve se isolar e ter muito cuidado na lavagem das mãos, principalmente depois de usar o banheiro, já que o vírus pode ser eliminado nas fezes por até 2 semanas. 

E vale dobrar a atenção a cada estação do ano. No inverno e no outono as viroses se tornam mais frequentes, porque a gente acaba ficando em ambientes fechados, que facilitam a transmissão de vírus. Já em épocas mais quentes, durante o verão e a primavera, a intoxicação alimentar é mais comum, porque a conservação dos alimentos pode ficar comprometida e favorecer o desenvolvimento de micro-organismos.

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