É comum que, em dias-não-tão-legais assim, a gente desconte o mau humor em comida – ou o contrário, que a gente fique sem beliscar nada. Isso porque comer é mais do que um simples ato de ingerir nutrientes ou calorias; para além da função vital, alimentar-se está diretamente ligado às emoções, mexe com lembranças afetivas e proporciona prazer.
É um caminho de via dupla: assim como as emoções podem afetar o quê, como e quanto a gente come, o quê, como e quanto a gente come também pode afetar os nossos sentimentos. E não somos nós quem estamos dizendo. Uma pesquisa realizada no Brasil e publicada em 2017 na Revista de Saúde Pública, analisou a dieta de mais de 49 mil brasileiros e concluiu que os que tinham comportamentos menos saudáveis, como a ingestão em excesso de gorduras, refrigerante e álcool, apresentavam mais tendência à depressão. Outro estudo, este feito na Grã-Bretanha com 200 pessoas, mostrou que mudanças nos hábitos alimentares dos participantes proporcionaram, em 88% dos casos, melhoras nos sintomas de depressão, pânico e ansiedade.
“Comer é mais do que apenas contar calorias ou conferir se ingerimos todos os nutrientes necessários”
Seja enquanto tratamento, seja enquanto precaução, já está mais do que certo que o que comemos afeta o nosso bem-estar. Não é à toa que momentos de celebração costumam acontecer em volta de uma mesa ou que o pedido de casamento aconteça durante o jantar num lugar especial. Quem não conecta férias à uma mesa de café da manhã farta? Comer nos aproxima e faz de alguns momentos algo ainda mais especial. Comer é conexão, memória e história para contar.
Mesa para compartilhar
A nutricionista comportamental Caroline Bartholo classifica como saudável uma alimentação que leva em conta aspectos físicos, emocionais, sociais e culturais dos envolvidos. “Comer é mais do que apenas contar calorias, ou conferir se ingerimos todos os grupos nutricionais necessários para o funcionamento do corpo”, diz. “Não adianta ter uma alimentação do ponto de vista nutricional super competente se ela te deixa frustrada e chateada”, defende a especialista, que ainda ressalta: “Somos seres sociáveis, não comemos só pela sobrevivência, nós vivemos em comunidade e comer faz parte da socialização”.
Comer afetivo
Um dos erros mais comuns imposto pela cultura das dietas restritivas foi o de separar os alimentos nas categorias “que fazem bem” e “que fazem mal”. Daí pra frente, virou uma guerra. E, não, você não precisa cortar o carboidrato nem o açúcar da sua dieta para ter uma vida saudável. É tudo questão de equilíbrio. E sim, um docinho em uma boa companhia, num lugar agradável poder ser o segredo de uma tarde de bem-estar.
“Podemos aprender muito sobre a cultura de um povo pelos alimentos que consomem”
Como explica a psicóloga especialista em transtornos alimentares pelo Ambulim (FMUSP) Monik Pauli muitas dietas costumam demonizar os alimentos, afastando as pessoas do prazer na alimentação e desconectando-as das sensações internas. Assim, o alimento vira uma ameaça, quando deveria ser conforto e prazer. “Ao restringir a alimentação, como uma espécie de penitência, a comida acaba se tornando obsessão”, explica a psicóloga. E nada pior do que conectar a alimentação à sentimentos negativos.
Ritual e conexão
Na opinião das especialistas, para ter uma alimentação que traga benefícios à saúde mental (além de questões nutricionais básicas, como evitar o excesso de alimentos gordurosos e de álcool) o importante é estar “presente” durante a refeição – olhar a comida, sentir o cheiro, o sabor, a textura, a temperatura do prato, etc. E aí entra a importância de ritualizar o comer – seja em casa ou fora dela. “Os alimentos nos trazem memórias afetivas, do bolinho de chuva da vó ao brownie de chocolate da formatura. Nossas lembranças carregam detalhes da nossa história. Experimentar novos alimentos em uma viagem é uma excelente maneira de criar novas lembranças, por exemplo. E também podemos aprender muito sobre a cultura e o passado de um povo pelos alimentos que consomem”, afirma a psicóloga Monik Pauli.
Reconhecendo a importância do comer como um momento de bem-estar, autocuidado e conexão, a rede de hotéis Novotel oferece aos clientes – do café da manhã ao jantar – refeições elaboradas com a qualidade de uma gastronomia simples, moderna e equilibrada. Delicie-se com um buffet variado para começar bem o dia e finalize a noite com os petiscos e drinks do GourmetBar. O que não falta é opção para você construir novas memórias e lembranças ao lado de quem você gosta.
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