Você já pensou em pedir um aumento, mas entre pensar e fazer acabou desistindo? Seja por medo de ficar mal com a chefia ou por se questionar se realmente merece, muitas mulheres passam por isso. Essa falta de confiança faz todo sentido, já que, como consequência dos papéis de gênero tradicionais, não somos ensinadas a ser ambiciosas. Muito pelo contrário: ouvimos a vida toda que essa é uma característica a ser evitada, que mulher com ambição é uma coisa feia. Como reflexo, nós, mulheres, temos 19% a menos de probabilidade de pedir um aumento se comparadas aos homens, segundo dados do Glassdoor, um dos maiores sites de recrutamento do mundo.
+ Leia mais: Dá para ser autêntica fora do trabalho. E dentro também
+ Leia mais: Descanso não é recompensa
Enquanto a gente hesita, a desigualdade continua firme e forte: de acordo com o IBGE, em um mesmo tipo de trabalho, o salário feminino é apenas 75% do masculino. Sem considerar os recortes por cargo, as trabalhadoras brasileiras recebem, em média, 20,5% menos que os homens. Mas isso não quer dizer que a gente deva desistir! O que a gente precisa é se reeducar e aprender a sustentar esse posicionamento. Afinal, chega de tapinha nas costas: a nossa parte queremos em dinheiro! Para dar aquele empurrãozinho que faltava, separei 6 dicas que podem te ajudar na hora de pedir seu tão desejado aumento:
1. Dados e fatos
Não vale improvisar! Junte todos os argumentos possíveis que possam te fundamentar. Saiba que, em geral, os gestores não estarão tão preparados quanto você – e isso te coloca em vantagem (não fale para ninguém que te contei). Fora que o mito de que as mulheres são mais emocionais ainda está muito enraizado na nossa sociedade. Logo, a gente precisa demonstrar que sabe muito bem do que está falando, e não apenas sente que merece. Outro ponto é que ter embasamento ajuda a criar coragem para puxar o assunto. Pode confiar!
2. Resultados
O que te diferencia são os resultados que você entrega – e não o número de tarefas realizadas. Tarefa todo mundo faz igual, na média. Mostre o seu diferencial! Separe todos os projetos e entregas que você fez parte, avalie o impacto que eles tiveram para a empresa e destaque esses pontos na sua argumentação.
3. Salário atual X Valores de mercado
É bom ter uma referência de quanto a galera está ganhando. Converse com colegas e amigos e pesquise! Sites como Glassdoor e Robert and Half podem ajudar a ter um panorama mais geral, o que é ótimo também para não criar um climão se comparando com os colegas ao lado.
4. Tempo de empresa
Infelizmente isso ainda é um tabu em algumas organizações. Boa parte delas não quer saber de falar de aumento antes do funcionário completar 1 ano de casa. Tenha paciência, entregue resultados e vá anotando tudo o que pode te ajudar no futuro pedido. Já as empresas mais modernas e flexíveis se mostram abertas ao diálogo antes: entre 3 e 6 meses. Antes disso, pode ser furada.
5. Recebeu um não com bons argumentos?
Reforce o quanto isso é relevante para seu momento e peça explicitamente um feedback de onde pode melhorar. A partir disso, sugira um plano de ação que te leve para o caminho do aumento e do crescimento de forma geral. Deixe tudo bem amarrado, pois essa base pode servir para a próxima conversa.
6. Recebeu um não e achou injusto?
Talvez seja o caso de ir olhando outras vagas com calma… O melhor momento para procurar um novo emprego é quando você está empregada. Sei que nem todo mundo simpatiza tanto assim com o Linkedin, mas para quem não tem QI (quem indica), é sim uma ferramenta muito importante. Renove seu CV, comece a adicionar pessoas e se movimente.
No final das contas a vida é sua. Sei que é muito comum exigirmos que as empresas tenham plano de carreira, mas não podemos depender delas para construir nossos planos profissionais. Porque, trabalho não é tudo, mas tomar as rédeas desse aspecto da vida significa ter mais autonomia para construir a história que queremos contar sobre nós.