"Meu primeiro orgasmo numa transa foi com ajuda do vibrador" - Mina
 
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“Meu primeiro orgasmo numa transa foi com ajuda do vibrador”

Eu nunca tinha gozado durante o sexo, mas sabia exatamente o que era gozar porque tinha um vibrador. Então, resolvi botar ele pra jogo e isso mudou não só a transa, como também minha relação com meu corpo

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Não cresci em um lar rígido, meus pais são liberais, mas mesmo assim a masturbação sempre foi um tabu – a famosa culpa feminina. Afinal, mulheres crescem ouvindo sobre prazer masculino, mas onde fica o nosso? Lembro de ter 16 anos e ler matérias como “faça ele gozar assim e assado”, também de ver os meninos na escola às voltas com filmes pornôs que envolviam tudo menos mulheres tendo orgasmos sinceros. Não demorei para começar a transar e, claro, achar que não era muito fã de sexo: cheguei a considerar a hipórese de ser assexual. Sério mesmo! Mas depois percebi que o que eu não gostava era do sexo que andava fazendo. Me sentia submissa, sem controle algum sobre meu corpo e com pouquíssimo prazer.

“Passei a levar um vibrador discreto na bolsa até para transas casuais”

Até que… comprei meu primeiro vibrador. Tenho 22 anos e isso rolou no final de 2020. A pandemia ainda estava restringindo os encontros e eu não estava me relacionando com ninguém, então só aí fui atrás de outras formas de me satisfazer sozinha. Ótima ideia! Enfim tive o meu primeiro orgasmo – graças a ele, o vibrador. Já transava com homens há alguns anos e, apesar do sexo ter melhorado um pouco com o tempo e a prática, não sabia exatamente do que gostava. Descobri o orgasmo só depois de experimentá-lo sozinha e isso virou uma chave na minha cabeça. Comecei a estudar sobre sexualidade, a consumir outros vibradores e a falar sobre o assunto mais abertamente com amigas. Mas, nas transas, nada de gozar. Então me perguntei: porque não colocar o vibrador para jogo? Juntar a fome com a vontade de comer. Deu certo.

A primeira vez

Tinha acabado de me mudar para São Paulo e estava conhecendo um rapaz. O sexo era bom, mas… eu ainda não tinha gozado com ele. Uma noite na minha casa, o clima esquentou e não perdi tempo. Peguei meu bullet na cabeceira e perguntei, com jeitinho, se ele topava usar em mim. O cara riu, olhou o aparelho e pediu que eu mostrasse como usar. Não é nada complicado, basta colocar no clitóris sem muita força e se deixar guiar por gemidos e expressões corporais. 

Naquela noite, tive um dos melhores orgasmos da minha vida, não só pelo bullet, com o qual já estava super acostumada, mas porque, pela primeira vez, eu havia tomado a frente no sexo e pedido por algo que desejava. E, claro, foi maravilhoso ter meu primeiro orgasmo em casal. Estava decidida que seria o primeiro de muitos. 

“Se algum cara tem medo de vibrador já sei que não serve pra mim”

Apartir desse dia, o vibrador se tornou um grande aliado no sexo, passei a levar um discreto na bolsa até para transas casuais. Foi um jeito de eu passar a ser uma participante ativa no sexo, não apenas um corpo passivo para o outro usar. Nunca ninguém tinha me dito para priorizar o meu prazer e isso demorou a entrar na minha cabeça. Devo essa confiança aos vibradores, que além do orgasmo, me possibilitaram ficar segura com meu corpo, com meus relacionamentos e com minha sexualidade. 

Daí vocês perguntam: mas os homens topam? Não tem nenhum que se sente inseguro? Bom, se algum cara tem “medo” de vibrador ou de que eu me masturbe durante sexo, já sei que não serve pra mim. Mas, acreditem, muitos quando descobrem o prazer que podem nos proporcionar com a ajuda desse aparelhinho, fazem deles seus melhores amigos. Espertos eles. Eu diria que homens inteligentes adoram vibradores – ou não conhecem. 

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