Responsabilidade afetiva não tem nada a ver com amar - Mina
 
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Responsabilidade afetiva não tem nada a ver com amar

Em entrevista à Angélica, a atriz e empreendedora social Suzana Pires fala sobre a importância de ser responsável e transparente num relacionamento. Mesmo se você não quer nada sério.

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Responsabilidade afetiva: já ouviu falar? A responsabilidade afetiva tem tudo a ver com transparência: é deixar claro para o outro o que você espera do relacionamento. Quer casar e ser feliz enquanto dure? Ótimo! Quer ficar na solteirice? Não tem problema nenhum. Mudou de ideia? Também pode acontecer. Mas fale. O importante é evitar mal entendidos e não deixar espaço para ninguém criar falsas expectativas. 

A atriz, autora e empreendedora social Suzana Pires é a convidada de Angélica dessa semana. Em mais de 20 anos de TV, cinema e teatro, ela já interpretou e escreveu muito sobre relacionamentos, sem contar os que ela já viveu fora das telas e dos palcos. “Responsabilidade afetiva é não fingir que é perfeito, é você se humanizar para o outro”, explica. 

Segundo Suzi, ser responsável é se relacionar na base da conversa. “É importante não atropelar o outro, aprender a medir as palavras, ter doçura”. Segundo ela, começar a falar do que está sentindo, para provocar a empatia também contribui para que a outra pessoa se abra e fale de si.

Quando o assunto são homens, ela brinca que o papo às vezes rola um pouco mais devagar e é preciso definir bem o assunto falado. “A gente tem que bater a claquete para os homens e comunicar: estamos falando sobre tal assunto”, comenta.

Nos seus próprios relacionamentos, ela costuma estar atenta aos sinais para receber e dar toques sobre o que está acontecendo na troca de afeto. Na opinião da atriz, ainda não é cultural ser responsável com o sentimento do outro. “Ninguém ensina isso pra gente, aprendemos dando cabeçada e nos machucamos.” 

E entre ser responsável e recíproco existe uma ponte, mas muita gente confunde as duas passarelas como uma só. Tudo bem o outro não gostar da gente e vice-versa, o importante é colocar as cartas na mesa com sinceridade, ser verdadeiro. “O primeiro lance da responsabilidade é entender se você está disponível e para o que você está disponível”, afirma. 

A dependência financeira, no entanto, pode  facilitar os relacionamentos abusivos em que existe um provedor. “Identificamos isso no Instituto Dona de Si [negócio social que alavanca talentos femininos liderado pela atriz], a gente começa com a aceleração e depois de dois meses identificamos quem tem esse problema: os relacionamentos abusivos e casos de violência doméstica. Existem muitos graus, a gente tem que ter muita suavidade, é preciso ter um encontro do Instituto com essa mulher para ela falar que quer sair disso e aceitar ajuda.” 

Suzana explica sobre a dinâmica das mulheres que participam do Instituto Dona de Si que conseguem sair de um ciclo de dependência financeira e emocional. “Quando essa mulher começa a fazer uma renda própria, ela tem poder de escolha. Eu vibro com as conquistas delas”, conclui. 

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