Carolina Dieckmann sobre retorno aos palcos: "Voltar é preciso. É urgente" - Mina
 
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Palco, música e a emoção do retorno

De volta ao Brasil após longa temporada nos EUA, Carol Dieckmann abre o peito e compartilha o frio na barriga de voltar a atuar e reencontrar o público

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Voltar. Depois de tudo. 
Mesmo assim, mesmo voltando, é recomeço.
Dar o mesmo passo, de um novo jeito.
Ajustar o corpo, a alma, ressignificar o propósito.
Tá tudo diferente, mas eu quero mesmo é revisitar os mesmos passos, com um olhar novo.

Fazer teatro já é meio que isso. Fazer de novo, e de novo, e mais uma vez, e toda e cada vez, diferente.
Domingos [Oliveira] dizia que mesmo se toda plateia voltasse com a mesma roupa, sentasse nos mesmos lugares, ainda assim seria único. O teatro é único todo dia, mesmo sendo o mesmo. O encontro é que muda tudo.

É urgente o diálogo, o pensamento, a escuta, o silêncio e também o aplauso

Quando estreei minha última peça em 2019, não sabia o que estava por vir. Não sabia que, passados os 3 anos mais longos e doidos de toda história, sentiria tanta necessidade de voltar a isso. A essa peça.
Uma espécie de peça-culto, mais pela força de juntar palco e plateia do que pelo que é dito. Mais pela beleza de estarmos juntos do que pelos ideais que tantas vezes nos afastam.

Voltar é preciso. É urgente. 
Voltar pros dias, pros sonhos, afrouxar a máscara, soltar as amarras, abandonar os medos, se juntar mesmo quando for improvável, escutar mesmo quando for difícil, calar quando for mais importante ser gentil do que ser ouvido. É preciso encontrar o sentido e o outro, e também os outros. É urgente o diálogo, o pensamento, a escuta, o silêncio e também o aplauso.

Voltei, porque foi o jeito que eu encontrei pra seguir…

A peça é Karolkê, em que Carol perfoma músicas que tocam gerações ao lado do músico Feyjão. Produzida por Léo Fuchs e com direção musical de Pretinho da Serrinha, estreia logo, logo no Teatro Fashion Mall, no Rio de Janeiro.

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