Maria Gadú: "A construção do tempo é muito perfeita. A gente não tem presente sem passado" - Mina
 
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Maria Gadú: “A construção do tempo é muito perfeita. A gente não tem presente sem passado”

A cantora conta sobre como seu processo de autoconhecimento está fortemente ligado às suas origens indígenas e às questões LGBTQIA+

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Se autoconhecer não é um processo fácil. Entender seus limites e reconhecer que, muitas vezes, é necessário olhar para trás para compreender não só sua origem, mas também quem você é. Num bate papo profundo, Angélica recebe a cantora e compositora Maria Gadú, que tem estado nessa caminhada. 

Filha de pai indigena, Gadú revela que sua mãe fez questão de manter esse laço ancestral aceso mesmo após o abandono paterno. Ela pesquisava sobre o tema para ensinar a filha e fez questão que a cantora tivesse bastante contato com a natureza na infância. “Foi uma construção muito delicada e ao mesmo tempo muito severa da minha mãe”, avalia. Somava com isso o fato de seu pai de criação ser um médico com longa atuação no Parque do Xingu. “A construção do tempo é muito perfeita. A gente não tem presente sem passado”, declara Gadú, que afirma que sua vertente indígena pulsa nas suas composições musicais. 

Outra grande causa na vida da cantora é a LGBTQIA+, que se entrelaça com a questão indígena. “Não tem como eu não ser filha de quem eu sou e não tenho como eu não amar quem eu amo. São duas coisas que eu não consigo dar ré”, declara. A cantora se considera pansexual e conta que está no processo de descoberta do nã0-binarismo. “Não tinha esse nome, a gente não tinha esse estofo político e social em torno da causa. Então estou caminhando dentro dela, aceitando para mim a evolução dessa luta”. 

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