De origem asiática, o inhame é um legume cultivado em várias regiões do país. É conhecido por ser um alimento do mês de julho, o que garante o seu sucesso no inverno. É um dos preferidos para quem gosta de uma dieta balanceada, para ganho de massa ou para quem busca perder peso consciente. Em muitas casas brasileiras, é servido no café da manhã substituindo o pão.
Se você ainda não colocou esse alimento no seu prato, vale super a pena. O inhame taro é rico em diversos minerais, vitaminas e antioxidantes e um spoiler: realmente ajuda na imunidade por conta da vitamina C. Venha cá, que ouvimos uma nutricionista, uma chef de cozinha e uma dona de casa para falar sobre as propriedades, formas de preparo e curiosidades sobre o inhame taro.
Solta a voz, Nutri:
Podemos dizer que ele é um alimento completinho por ter cobre, potássio, ferro, cálcio, vitaminas, como B6, B1, e ácido fólico e niacina. Para o consumo diário, é recomendado 100 gramas por dia, por ser uma forte fonte de carboidratos. “Ele não tem nenhuma contraindicação”, diz Yakini Ribeiro, nutricionista esportiva.
O inhame ajuda no controle da pressão arterial. “O potássio presente nele controla a frequência cardíaca, combate os efeitos do sódio e evita a hipertensão. Ele também reduz os níveis de colesterol no sangue por conta das fibras”, explica.
O inhame taro combina com peixe, carne de porco, bovina, frango e até frutas
Por possuir vitamina C, o inhame ajuda na prevenção da catarata, hidratação dos olhos e melhora da visão noturna. Com a presença da vitamina A, que ajuda a reter mais líquidos e auxilia na eliminação dos radicais livres do organismo, o alimento também dá aquele up na hidratação da pele.
Fake News no prato
Mas não é só de verdades que este legume sobrevive, existe um mito muito popular que diz que o inhame cru batido com água pode curar a dengue. “Não é verdade. Infelizmente, o remédio para curar a dengue não é o inhame.”
E algumas pessoas podem estar se perguntando por que a gente tá dando nome e sobrenome para este alimento maravilhoso. Isso foi necessário porque inhame, taro e cará causam uma grande confusão no Brasil. A questão é tão pujante que a Associação Brasileira de Horticultura (ABH) promoveu até um congresso em 2002 que visava padronizar a nomenclatura. Mas até hoje há confusão.
Mina explica: no sudeste o que é chamado de inhame, no nordeste se conhece como taro (Colocasia esculenta), aquele mais redondinho e com a casca rajada. No nordeste, inhame é o que no sudeste se conhece como cará (Dioscorea cayanensis Lam), aquele maior e com a casca lisa e marrom.
Então, se você vai à feira em São Paulo, pode comprar Cará e Inhame (taro). Se vai à feira em Salvador, pode comprar inhame (cara) e taro. Apesar de nutricionalmente serem parecidos, aqui nós estamos falando de inhame/taro, tá bom?
Solta voz, Chef:
Além de ser um alimento rico em tantos nutrientes, o inhame também tem sua diversidade na hora do preparo. E lembre-se: ele deve ser sempre consumido cozido. “O organismo não consegue absorver o oxalato, tanto que tem gente que só de pegar ele na mão, já sente a pele formigar, é alergia” diz Hayza Oliveira, Gastróloga e criadora de Conteúdo digital.
Mesmo antes de ser frito ou assado, o inhame deve ser cozido para não causar diarreias, e reações alérgicas. “Ele é tão versátil quanto a batata, dá para fazer um purê de inhame que vai bem com carnes, ou se você quiser, tem a opção de chips do inhame que traz uma crocância deliciosa para o prato. Fica ótimo acompanhando um strogonoff por exemplo”, explica a gastróloga.
E a versatilidade do alimento se prova em suas variadas combinações no nosso paladar, porque ele combina com peixe, carne de porco, carne bovina, frango e até frutas! Vai muito bem em shakes pois dá uma encorpada, substituindo o leite de vaca por exemplo. Ele deve ser cozido primeiro e depois, batido no liquidificador com a fruta da sua preferência.
“Taca inhame no feijão que até quem não gosta sai beijando as panelas”
Solta voz, dona Izabel:
Depois de uma longa confusão sobre o que era inhame e o que era cará (taro ela nunca ouviu falar), Izabel Pereira, mãe da repórter que vos fala e cozinheira de mão cheia, conta que o mais comum na Bahia, era o Inhame cará, que ela tirava do quintal de casa, direto pro prato. Comia cozido com manteiga de garrafa no café da manhã. Em São Paulo, o Inhame Taro entrou no cardápio, muitas vezes substituindo o outro. “Uso para incrementar o caldo da carne, como substituto da batata em alguns pratos e até mesmo no caldo do feijão”, conta. Dona Izabel sabe que o segredo de uma comida bem preparada é o amor e os ensinamentos que passam de geração em geração.
Botar mais água no caldo do feijão? Que nada, o segredo mesmo é o inhame (seja o cará ou o taro). Era o que a mãe dela fazia para encorpar o feijão. “Taca inhame no feijão que até quem não gosta sai beijando as panelas”, garante.
Izabel ficou surpresa com o fato do inhame também combinar com frutas e diz que vai tentar experimentar. “Será que fica gostoso? Pra saber, só provando mesmo né? Mas ainda prefiro ele do jeito tradicional, no café da manhã ou em forma de purêzinho nos dias frios.”