Inbox: O heteropessimismo e seus efeitos nas mulheres 

Tá cada vez mais difícil para mulheres heterossexuais se relacionarem com os homens. Se houvesse um canal de atendimento ao público femino para reclamar da insalubridade desse tipo de relação, as linhas telefônicas ficariam congestionadas o tempo todo. Tanto que essa situação ganhou nome, heteropessimismo.

A atriz e apresentadora Valentina Bandeira sabe bem como é isso. “A gente foi muito treinada para falar dos nossos sentimentos e os caras estão muito em desvantagem porque é muito precária a capacidade de elaboração emocional de um homem hétero”, diz para Angélica no Inbox. 

A pesquisadora de saúde mental e gênero Valeska Zanello também dá  papo. “Não gosto muito dessa palavra e, sim, heterorrealismo. Infelizmente, o Brasil é um país extremamente sexista e as masculinidades estão adoecidas”. A especialista comenta que hoje há um letramento de gênero que faz as mulheres perceberem que não é um problema pessoal, mas reflexo de algo estrutural. “Nem sempre o dedo que está podre, às vezes, o que está podre são as masculinidades”, completa. 

Para os homens, que esse episódio seja um alô para olhar para si

Se engana quem pensa que esse problema é algo que recai somente nas mulheres solteiras.. Muitas mulheres casadas também estão lidando com parceiros que deixam a desejar na parceria amorosa e na vida. “Você cai em roubada com muita facilidade quando você vai namorar um cara”, diz Valen. 

E mesmo envolto a tanto pessimismo, Zanello defende uma mudança no comportamento masculino. “Acredito que masculinidade pode ser transformar, porque ela não é uma essência, é fruto de um desenvolvimento histórico e cultural, mas é fundamental que eles se responsabilizem por essa mudança”, diz. Para os homens, que esse episódio seja um alô para olhar para si.