Inbox: Quais os limites do “sharenting”? 

Você provavelmente segue mães, pais e cuidadores que amam compartilhar nas redes sociais as fofuras de seus babys. Sabia que essa prática já tem até nome? SHARENTING, união de share (compartilhar, em inglês) com parenting (paternidade, em inglês). Por mais inofensivo que essa prática possa parecer, é importante avaliar quanto aos impactos e riscos dos compartilhamento.

Para debater o sharenting, Angélica conversa com a podcaster, escritora e roteirista Tati Bernardi. Mãe da Rita, ela confessa que tem muitas teorias e culpas a respeito da temática. “Eu tomo cuidado de não colocar a cara da minha filha fazendo publi ou agradecendo algum presente”. 

Diferentemente da mãe, Rita é tímida e não curte muito tirar fotos ou mostrar sua carinha fofa de 5 anos nas redes. “Eu acabo falando dela nas crônicas, o pai me alertou que isso poderia ser um problema para ela no futuro”.  Tati destaca o quanto tentador é postar foto da filha, pela dopamina que dá a chuva de likes que foto de criança recebe,  mas Rita não gosta de tirar foto nem mandar para a avó. Então ela respeita. 

“Não temos como imaginar que um golpista pode fazer com a imagem dos nossos filhos” 

O pediatra e sanitarista Daniel Becker deu um toque em relação à privacidade das crianças. “A gente deve ouvi-las e respeitá-las sempre que possível. Mas crianças que gostam de aparecer podem ficar obcecadas com isso, deixando em segundo plano o aprender e o brincar, que são muito importantes na infância, o que pode ser muito tóxico”. 

Essa exposição também pode trazer também consequências mais graves, como bullying e até mesmo utilização de imagens para golpes.  “Não temos como imaginar o que um golpista pode fazer com a imagem dos nossos filhos hoje em dia, por isso é tão importante ter cuidado quando posta e evitar ficar compartilhando o tempo todo”, diz Daniel.