Dandara Pagu: Você é uma aliada LGBTQIAP+?
No mês do orgulho LGBTQIAP+, nossa colunista estimula cada uma de nós a sermos agentes na luta por igualdade e respeito
Estamos no mês do Orgulho LGBTQIAP+ e é uma excelente oportunidade para refletir sobre as nossas atitudes. Comecemos com três perguntas básicas:
Com quantas pessoas trans você convive?
Quantas pessoas homoafetivas seus filhos veem se beijando?
Você interrompe piadas de mal gosto com termos pejorativos?
Essas perguntas podem ser um norte para que conversemos sobre a vivência de pessoas que fazem parte do Orgulho, já que os dados mostram o quão difícil é viver numa sociedade que te violenta por você ser quem é. Para se ter ideia, o Brasil lidera o ranking mundial de assassinatos de pessoas trans (dado de 2022 da ONG Transgender Europe). E a expectativa de vida de uma pessoa trans em solo nacional é de apenas 35 anos (Associação Nacional de Travestis e Transexuais).
Os dados reforçam o quão necessário é falar de forma categórica sobre a temática na mesa do bar, na roda de churrasco da família ou no happy hour do trabalho para trazer reflexão sobre o tema. Ser um aliado é tomar parte e se responsabilizar por essa luta. E não estou falando pra você virar a chata do rolê, até porque isso só afasta mais as pessoas. Usar o bom humor e tratar o assunto de forma leve e descontraída é a melhor maneira de sensibilizar, porque gera empatia e respeito.
Muitas pessoas reproduzem piadas homofóbicas e transfóbicas porque faz parte da cultura local ou familiar, meios onde não se estranha e nem se questiona esses comportamentos. E aí é que você, eu e todas nós, entramos. É preciso retrucar e nem sempre isso trava uma batalha. A Comunicação Não violenta tá aí é pra gente usar nessas horas, não é mesmo?
Essa luta não é apenas dura, é também inspiradora. Porque a ideia de ser agente na criação de um mundo mais justo, acolhedor e respeitoso para todas as pessoas, é muito maravilhosa.