Cuidar do bem-estar dos funcionários aumenta o lucro das empresas - Mina
 
Seu Trabalho / Reportagem

Bem-estar dos funcionários gera a lucro para as empresas

Investir em maior qualidade de vida para a sua equipe é um jeito de aumentar o engajamento no trabalho e consequentemente melhorar os resultados financeiros, explica a especialista em futuro do trabalho Maíra Blasi

Por:
3 minutos |

Pode parecer polêmico colocar as palavras “bem-estar” e “lucro” na mesma frase, mas talvez somente dessa forma as empresas entendam a urgência deste assunto, já que os índices alarmantes de burnout e depressão não parecem mobilizar os investidores e tomadores de decisão. Pois afirmo: bem-estar dos funcionários é igual a lucro. 

Para começar, vamos relembrar o significado de cada termo. “Bem-estar” é a sensação de equilíbrio, saúde e satisfação que experimentamos em nossas vidas, intrinsecamente ligado à nossa qualidade de vida e felicidade. Já o “lucro”, por outro lado, é geralmente associado ao dinheiro, representando ganhos e vantagens para uma empresa ou indivíduo.

A conexão entre esses dois conceitos pode não ser imediatamente aparente, mas quando olhamos para empresas que colocam o bem-estar de seus funcionários e clientes no centro de suas decisões, os resultados são claros. Essas empresas não só prosperaram financeiramente, como também criaram ambientes de trabalho mais saudáveis, promovendo o engajamento dos funcionários e a lealdade dos clientes.

Fornecer mecanismos para melhorar o bem-estar dos funcionários não se trata apenas de uma questão moral

Porém, é alarmante perceber que, apesar dos dados disponíveis, as corporações avançam lentamente nesse assunto, como revelam algumas estatísticas. Um levantamento com 20 mil profissionais de diversos setores mostrou que o nível de bem-estar dos brasileiros no trabalho está abaixo do considerado mínimo. Outro estudo indica que a falta de engajamento da equipe custa 9% do PIB global.

Enquanto isso, diversos estudos demonstram que investir no bem-estar está diretamente relacionado a resultados financeiros positivos, como um da Universidade de Warwick, no Reino Unido, que descobriu que funcionários felizes são até 12% mais produtivos do que os insatisfeitos. Além disso, uma pesquisa da Gallup revelou que empresas com altos níveis de engajamento dos funcionários têm diferenças significativas nos resultados dos negócios, com uma variação de 23% na lucratividade e uma diferença de 43% na rotatividade em organizações de baixa rotatividade.

Ou seja, fornecer mecanismos para melhorar o bem-estar dos funcionários não se trata apenas de uma questão moral, mas de uma estratégia inteligente de negócios. À medida que mais empresas reconhecem isso, elas não só colherão os benefícios financeiros, como também contribuirão para um mundo onde o sucesso não é medido apenas por recorde de lucro, mas também pela qualidade de vida dos seres humanos.

Para melhorar esse cenário, precisamos falar sobre a responsabilidade das empresas nisso, que vai além de promover atividades de autocuidado, como yoga. Os funcionários precisam de revisão de práticas de trabalho, conversas sobre metas excessivas, ajustes na carga horária, melhorias estruturais no geral e não somente filosóficas e verbais. O que está faltando para essa pauta se tornar realmente uma prioridade nas mesas de decisão?

Mais lidas

Veja também