Dandara Pagu: a dor de pessoas pretas vale menos?
Na coluna de hoje, Dandara Pagu traz uma reflexão sobre a desproporção do respeito que há na dor. Porque há espaço, interesse e mobilização quando falamos de dores de pessoas brancas, mas não há quando essas dores são de pessoas pretas?
Recentemente vimos uma enorme repercussão em torno do caso de uma atriz que começou a carreira ainda criança e, já adulta, passou a ter embates com os pais por divergências financeiras. No mesmo período, assistimos a notícias consecutivas de crianças e jovens pretos que foram executados em operações policiais em comunidades pelo país. A diferença de tratamento, espaço e importância social que se deu para os dois assuntos assombrou Dandara. “Sim, tudo é racismo, e temos sempre que falar disso, porque existe uma grande diferença entre falar sobre relacionamentos familiares e a morte de pessoas”, diz.
Dandara se pergunta em que momento haverá uma comoção com a dor da morte dessas crianças pretas para que algo de concreto seja feito. “Precisamos falar sobre tudo que acontece na Internet, mas que a morte fique em segundo lugar, não dá”.
