A menopausa pode ser um momento complexo, no qual o corpo – e a mente – enfrentam uma série de alterações hormonais que afetam a qualidade de vida. Como se não bastasse, a forma velada como tratamos algo inerente ao curso biológico da vida e a falta de informações faz com que muitas mulheres se sintam perdidas e angustiadas durante o percurso dessas transformações.
“Há um medo de ser vista como ultrapassada”
Segundo a especialista em saúde e bem-estar da mulher 45+ Silvia Ruiz, são dois os motivos que fazem com que o tema ainda seja visto como tabu: o etarismo e o machismo (que costumam andar juntos, no caso). “A gente vive numa sociedade que cultua a juventude, e a menopausa é um sinal claro de envelhecimento para as mulheres. Então falar de menopausa é falar de envelhecer, por isso é evitado. Há um medo de ser vista como ultrapassada. Além disso, há todo um preconceito machista de que mulheres maduras são carta fora do baralho. Não é à toa que temos o termo “novinhas” em músicas populares. É como se o fim da vida reprodutiva fosse o fim da vida produtiva”, lamenta Sílvia.
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Como consequência, grande parte das mulheres investe em questões estéticas por muitos anos, lutando com a balança em busca de corpos perfeitos, permanecendo jovens por mais tempo, mas sentindo-se vulneráveis com as mudanças fisiológicas e biológicas do climatério. “Escravas da vaidade, se distraem dos aspectos essenciais de sua saúde e das questões emocionais que serão importantes para enfrentar as turbulências desta fase”, alerta Vânia Assaly, endocrinologista e nutróloga.
O que fazer então para virar o jogo e transformar a menopausa em aliada? Como enxergar esse momento em uma potência ao invés de sentir vergonha e se retrair? “É preciso investir na saúde de forma ampla, e isso vai muito além do espelho”, diz Vânia.
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A seguir, especialistas indicam 4 pilares da medicina do estilo de vida nos quais você deve apostar para passar pelo período da menopausa com mais bem-estar.
Alimentação
Nessa fase, o ganho de uns quilinhos é comum, já que o metabolismo tende a ficar mais lento. Uma alimentação saudável pode ajudar na manutenção do peso, além de contribuir para atenuar sintomas desagradáveis. A nutricionista Alessandra Paiosin recomenda que 70% da alimentação seja composta por hortaliças, frutas, azeite, oleaginosas, sementes e brotos. “Esses alimentos são antioxidantes, anti-inflamatórios, ricos em vitaminas do complexo B e magnésio, nutrientes importantes para diminuir as ondas de calor (fogachos), na produção de energia e na melhora do humor”, diz.
Consumir de 20-40g de chocolate 70% (ou mais) de cacau por volta das 17h para fazer modulação da serotonina também está liberado. “Essa estratégia irá amenizar os sintomas de ansiedade e a vontade de comer doce”, revela.
Exercício físico
Manter-se ativa também é fundamental. Segundo a OMS, o ideal é praticar pelo menos de 150 a 300 minutos por semana de exercícios aeróbicos, como pular corda, caminhar, andar de bicicleta. Se puder ser ao ar livre, perto da natureza, melhor ainda. Mais duas ou três sessões de fortalecimento, tipo musculação ou pilates, completam o treino. Além da reserva muscular necessária, os exercícios vão ativar a produção de endorfina e serotonina, hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar, vitalidade e satisfação.
Relacionamentos e sexualidade
A vida sexual pode ficar abalada por um tempo, mas Vânia reforça a importância de não desistir da sua sexualidade, cuidar da autoestima, relembrar práticas eróticas e ativar esse lado mais quente. “Mesmo que seja sozinha, busque inspiração e não abdique da oportunidade de ter um bom orgasmo”, diz. Para a endocrinologista, é preciso também manter a libido para a vida, em tudo que faz. “Libido não é apenas algo da relação a dois, e sim um reflexo vital que depende da conexão com o seu prazer de fazer e viver algo que aumente seu fluxo de energia”.
Conexão corpo-mente
Tão importante quanto tudo que já foi citado, está o cuidado com a nossa mente. “Manejar o estresse através da respiração, yoga, meditação ou alguma atividade que faça sentido para manter sua mente em paz é a grande chave para concluir o ciclo de autocuidado e garantir um envelhecimento com qualidade e disposição”, afirma a ginecologista Andréa Massad.
E como colocar todas essas dicas em prática? O conselho de Silvia Ruiz, que vai comandar o curso Jornada SUPERidade da MINA, é lembrar que progresso é melhor que perfeição. “Para as coisas começarem a acontecer e novos hábitos serem introduzidos, a gente só precisa começar. Não precisa fazer tudo certo, mas tem que começar, repetir. Errou? Começa de novo amanhã, mas não jogue tudo para o alto. Os resultados logo aparecem e a gente se anima de continuar”, assegura.
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